Ali, com uma vista linda para a cidade, atrás de vidraças abertas, está
uma exposição muito bem organizada de trabalhos de Thaïs Helt, ex-professora da
Escola Guignard e reconhecida gravadora mineira.
Thaïs Helt colocou à mostra o processo de uma litografia, desde o início
até o momento de ser exposta.
Litografia não é apenas um desenho, arte individual.
É uma arte coletiva, passa por várias mãos antes de ficar pronta.
Litografia é a pedra polida, lixada, onde o artista se debruça para
expressar novas ideias.
Litografia depende de paciência, capricho e sobretudo de muito
trabalho.
Ali na exposição, dentro de pequenas caixas de acrílico, estão guardadas
como amostra, as pedras menores.
Ali estão guardadas as pedras litográficas para serem vistas e
apreciadas.
Ali estão as tintas, as folhas de zinco e todos os elementos necessários
à produção de uma obra de arte.
E, ainda, ali está a recriação da artista a partir de intervenções onde
são usadas folhas de ouro, carvões e
livros, transformados em livros de artista.
O espectador pode estudar e refletir sobre o processo desta arte que
remete à milênios.
Na década de 1990 eu também participei deste processo, num ateliê
compartilhado com outros artistas.
O desenho é fácil e direto, utilizando bastões litográficos.
A fixação do desenho na pedra e a impressão final numa grande prensa,
requer paciência, técnica precisa e muito tempo de trabalho.
Sob a supervisão de Thaïs Helt, participei da Oficina 5, que congregava
vários artistas, entre eles Amílcar de Castro e Sara Ávila, ambos falecidos.
A experiência foi muito positiva e me deu consciência de todo o processo
que existe por detrás de uma simples litografia.
Experiência boa e educativa, onde o artista dispõe, provisoriamente, de
uma pedra, desenha sobre ela e depois o desenho e desmanchado e a pedra polida
é entregue a outro artista.
A gente aprende muito com uma experiência coletiva e nas mesas desta
exposição está registrado todo o processo desta arte.
Ali, ainda estão, nas paredes, os desenhos atuais de Thaïs, realizados
durante a pandemia, revelando, com leveza, a gestação de um gesto.
Parabéns Thaís, sua exposição merece ser vista e refletida.
Aprendi muito e espero que o público também possa apreciar esta
exposição, que nos ensina a valorizar o processo de trabalho de uma gravadora
mineira.
FOTOS DE ARQUIVO
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