Dando
continuidade ao Livro sobre a Água, de autoria de Maurício e Aparecida Andrés,
transcrevo o trecho abaixo:
Sob a terra, entro em cavernas
onde estranhos habitantes
vão levando a sua vida.
Nas paredes das grutas,
pingando durante séculos,
formam-se lindas estruturas
de estalactites e estalagmites.
Por passagens entre as rochas,
formo lençóis
sob a terra.
Até que num dia qualquer,
cansada da escuridão,
resolvo brotar nas nascentes,
numa fonte límpida,
num pântano
ou num charco empapado.
Onde eu saio para a luz,
Dou nova vida a fontes,
renovo os mananciais.
E ali brota a vida, florida
em lótus e vitórias-régias.
Mosquitos voam e deslizam
na superfície das águas,
sapos,
girinos e peixes
fazem festa
nas nascentes.
E os riachos, córregos e ribeirões,
igarapés e paranás,
formam rios e lagoas,
onde se abriga
todo um mundo de seres
como as cobras e os jacarés.
Nas madrugadas, uma bruma
de vapor d`água vai se formando.
O sol surge, eu evaporo,
crio umidade no ar.
Na névoa e no orvalho
posso brilhar e refletir
a luz da lua e do sol
nas lagoas e nos mares.
Da umidade do
solo,
as plantas vêm me sugar
quando vão se
alimentar.
Na estiagem, o sol esquenta,
as nuvens se vão e não chove.
O chão racha e endurece,
a vegetação resseca e morre,
a paisagem amarelece
e a aridez toma conta
dos desertos e areais.
Os sertanejos vão
para longe
E a vida seca.
*Ilustrações de Maria Helena Andrés
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