Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
segunda-feira, 24 de junho de 2019
ARTE E MITOLOGIA
A grandeza da manifestação artística da Índia está
ligada à sua mitologia. Os mitos hindus nos revelam todas as experiências e
emoções do ser humano, e, através das diversas formas de arte, descem até o
povo.
A mitologia é estudada nas escolas, cantada nos
templos e teatros, projetada pela televisão, descrita nas estórias em
quadrinhos. A sabedoria, a aventura e o romance contidos nos mitos fazem parte
da vida diária do indiano.
Na antiga cultura da Índia, onde se acham misturados
arte, ciência, religião e filosofia, as mais variadas deidades são
representadas sob formas humanas ou simbólicas. Os inúmeros deuses da mitologia
hindu são, na verdade, manifestações diversas de um Princípio Único. Existem
tantos deuses quanto os diversos aspectos da criação.
“Os deuses são representações de energias das quais
cada aspecto do mundo sutil e visível é derivado”, nos diz Alain Daniélou.
Brahma, Vishnu
e Shiva, constituem a Trindade Hindu.
Krishna, encarnação de Vishnu, reunia as almas
dispersas ao som de uma flauta. Shiva dançando
criou o universo e Saraswati, a deusa da sabedoria é representada muitas
vezes tocando um antigo instrumento de cordas. Através das diversas
manifestações artísticas, a Índia nos apresenta seus deuses: ao som da música a
ao compasso da dança, eles criam, renovam, transformam e despertam o universo.
A arte na mitologia hindu serviu como meio de
comunicação entre os deuses e os homens. Os antigos rishis descobriram a
ligação existente entre o som, a natureza e o cosmos. Identificaram-se com a
música interna, para através dela, alcançar a união com o Divino. Entoando
cânticos e repetindo mantras, os yogues buscam o desenvolvimento espiritual.
Sintonizando o som interno com a música do espaço, eles procuram alcançar a
Unidade.
Os hindus relacionam as notas musicais com as cores,
o canto dos pássaros e o grito dos animais. Sons e cores correspondem-se,
buscando a união com a natureza. (Trecho do meu livro "Encontro com mestres no oriente", Ed. Luz Azul, 1993)
*Fotos da internet
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quarta-feira, 19 de junho de 2019
MUSICA FORA DOS PALCOS
Música clássica
Na Índia
Em casa de
Norma Shastri
A americana
Que foi morar
Em Adyar
Numa casa à beira mar
Convidava
Aos domingos
Para ouvir música
Em discos de vinil.
Enquanto o disco girava
Olhávamos o gado
Passando devagar
Conduzido por homens
De turbante.
Ouvíamos Bach, Mozart, Beethoven.
A tarde caía e o gado
Passeava na praia
Vagarosamente.
Agora, Brasil
Tarde caindo
A noite chegando
E a música da flauta
Nos conduzindo para
Outros espaços.
Sarau no Retiro:
Artur e Alexandre
Comandaram
Este sarau improvisado
Mas tocado
Com muita competência
Pelos dois músicos
Da família.
Como na Índia
O cenário era o mesmo
De colorido intenso.
O sol se punha nas
Montanhas
Os pássaros se recolhiam
E as luzes de Brumadinho
Começavam a brilhar.
Música e poesia
Dentro de um espaço
De Artes Plásticas.
Desta vez Artur e Luciano
Mostravam ser maestros
Na música e no teatro.
Interatividade
Com a platéia.
Vários depoimentos
E a arte envolvendo
A platéia
Num todo poético.
Na Galeria de Arte
Celma Albuquerque.
*Fotos de arquivo
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segunda-feira, 10 de junho de 2019
DAHORTA, UM AMOR À TERRA
Todas as terças
Pela manhã
O interfone
Chama lá
Embaixo.
São as verduras
Chegando.
A caixa sobe
E o perfume
De verduras
Frescas
Invade o
Ambiente.
O apartamento
Recebe a
Frescura da
Roça.
Levar verduras
De casa em casa
É uma atividade
Generosa
E saudável.
DAHORTA
Remonta
Há muitos anos
De um trabalho
Incansável
Que exige
Sacrifício
E entusiasmo.
Levantar de
Madrugada
Faça frio
Chuva ou
Vento
Não é para
Qualquer um.
Transformar o
Leite fresco em
Yogurte e
Queijo
De madrugada
Quando todos
Dormem
É um trabalho
Prazeroso
E importante.
Requer entusiasmo
Tenacidade
E muita vontade
De trazer saúde
Para as pessoas.
Sou testemunha
Deste trabalho
Silencioso
De um casal
Que se dedicou
A cuidar da
Terra.
A terra agradece
A saúde agradece.
Iara e Euler
Demonstraram
Ser representantes
Do século XXI.
Cuidar da terra
E não
Explorar
A terra.
Cuidar com
Um carinho
Especial
Dos grãos ali
Depositados
Com amor
E atenção.
Nada de fertilizantes
Tóxicos.
A terra considerada
Como Mãe
É reverenciada
Neste trabalho
Discreto e
Incansável.
O século XXI
Será das pequenas
Iniciativas
E não dos agronegócios.
Ali na fazenda
Da Luisiânia
Reina alegria
E paz.
Parabéns a
Estes guerreiros
Da família
Com o grande
Exemplo
Que estão dando
Para todos nós.
*Fotos da internet
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sábado, 1 de junho de 2019
SRI AUROBINDO E VISÕES CONTEMPORÂNEAS SOBRE ESPIRITUALIDADE III
Dando continuidade
ao depoimento do Maurício Andrés, transcrevo o texto abaixo:
“Peter Russell
escreve que “Se não tratarmos das questões espirituais mais profundas
subjacentes aos inúmeros problemas que enfrentamos, é muito provável que a
civilização se esfacele.”
Lester Smith, em
Intelligence came first observou
que “Ao contrário do que alguns biólogos
materialistas nos querem fazer crer, o homem essencial é um ser espiritual
imaterial que usa o cérebro, junto com o resto do corpo, para desenvolver suas
faculdades interiores.” (SMITH, 1975, p. 177). E que “A inteligência humana
pode ser sua destruição ou sua salvação. Aliada à sua natureza mais básica, ela
leva a comportamento egoísta, antissocial; aliada a suas qualidades
espirituais, ela leva ao altruísmo, cooperação e unidade”.
Ken Wilber, o autor
de Espiritualidade integral , de O
Projeto Atman e de O olho do espírito
é um dos importantes autores ocidentais que conhece e valoriza a contribuição
pioneira de Sri Aurobindo.
Se as questões do
espírito e da espiritualidade estiveram distantes de correntes dominantes nas
ciências, artes e filosofias, ela foi encampada e acolhida pelas
tradições religiosas.
Entretanto num mundo em que tudo se transforma em mercadoria, os negócios espirituais associados às religiões tornam-se um campo de atividades econômicas e comerciais relevante. Isso vem de longe, desde quando Jesus expulsou os vendilhões do templo e desde que o movimento da Reforma denunciou as vendas de indulgências pela Igreja católica.
Entretanto num mundo em que tudo se transforma em mercadoria, os negócios espirituais associados às religiões tornam-se um campo de atividades econômicas e comerciais relevante. Isso vem de longe, desde quando Jesus expulsou os vendilhões do templo e desde que o movimento da Reforma denunciou as vendas de indulgências pela Igreja católica.
Na Índia se chama “spiritual business “ toda atividade que almeja lucros e ganhos econômicos em nome da espiritualidade. No ocidente há várias igrejas com tais objetivos. Há uma distância entre as visões amplas sobre a espiritualidade e sua apropriação prática por aqueles que se utilizam delas para obter ganhos particularistas. Isso gera descrédito e desconfiança.
Uma espiritualidade transreligiosa nas ciências, artes, uma espiritualidade laica nas filosofias emergem em várias visões contemporâneas nesses campos do saber.” (Depoimento de Maurício Andrés)
*Fotos de arquivo
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