terça-feira, 15 de maio de 2018

PINTURA MODERNA VIII


Se o concretismo procurou criar uma pintura objetiva, anti-sentimental, visando somente a uma ordem estética, o abstracionismo voltou à contemplação interior e deu largas à intuição.
         Filiada a Klee e Kandinsky, a corrente abstracionista ganhou vulto universal, procurando traduzir em linguagem comum a todos os povos e raças a sua visão estética do universo.
         Houve uma libertação completa da realidade visível e o artista procurou expressar-se através dos elementos plásticos, fazendo a forma valer por si, independente de qualquer significado exterior. Linhas e cores harmonizavam-se no espaço da tela, procurando traduzir a mensagem subjetiva do artista.
         Novas tendências surgiram.
         A "Action Painting" nos Estados Unidos, criada por Jackson Pollock, preconizava uma pintura de ação, onde o artista se deixaria levar pela criação momentânea, sem a elaboração prévia de croquis e estudos, em diálogo direto com a matéria a ser trabalhada.
         A tela era colocada no chão permitindo ao pintor andar à sua volta.
         Do emaranhado de linhas, aparentemente em desordem, surgia uma ordem nova, como ritmos musicais, completamente estranhos à nossa lógica habitual. A "Action Painting" desenvolveu-se nos Estados Unidos fazendo projetar a Escola de Nova Iorque em plano universal.
         "A superfície do quadro tem sido sempre o ponto de encontro daquilo que o pintor conhece, com o desconhecido que ali aparece pela primeira vez." Estas palavras de James Brooks, um dos maiores artistas americanos da "Action Painting", esclarecem a intenção dessa corrente, de valorizar acima de tudo o espontâneo.
         O artista não impunha sua vontade às coisas, mas permitia que elas se revelassem num despertar do desconhecido.

         Na Europa, Mathieu, em oposição às técnicas tradicionais, começou desde 1947 a série de quadros onde a rapidez, e não a premeditação, estaria à frente da elaboração cuidadosa.
         Segundo Françoise Choay, "a pintura chamada informal não é desprovida de formas, mas propõe formas que não nos são habituais." (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)

*Fotos da internet

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