Criar antes de tudo, jogando com os
recursos mais simples e mais próximos, usando sugestões, às vezes, chocantes ao
público pela falta de lógica dos elementos usados, dá uma dimensão diferente e,
às vezes, paradoxal à arte do momento.
A figura, por tantos e tão longos anos
abandonada pelos artistas, ressurge, violenta e trágica, na nova figuração,
extremamente realística ou vulgar na Pop-Art
vinda dos Estados Unidos, lírica ou erótica, no realismo fantástico.
Em sua violência, a nova figuração
retrata nossa época de guerras e ameaças constantes.
A sensibilidade do artista nem sempre
está voltada para o que há de lírico e romântico no mundo. No meio da tensão em
que vivemos, surgiu uma arte agressiva, pouco agradável à vista, traduzindo em
linguagem artística um expressionismo brutal nascido do impacto de uma revolta.
A Pop-Art,
de inspiração dadaísta, surgiu quando os recursos do tachismo se viram
diminuídos.
Rosenquist, um dos iniciantes e mais
conhecidos pop-artistas, compõe quadros de grandes dimensões com objetos do uso
diário, procurando deles tirar uma visão artística bastante nova e às vezes
chocante da vida moderna atual.
Rosenquist isola o fragmento. Raramente
se vê alguma coisa inteira em seu trabalho. O que o separa dos surrealistas é a
técnica cinematográfica de "close" e montagem.
Rauschemberg, o artista americano, que
conquistou em Veneza o grande prêmio de arte, em 1964, usa fotografias por ele
mesmo tiradas, e em técnica de colagem ou "silk screen" procura
anexá-las a outros elementos da vida real, formando um conjunto harmonioso de
sugestões diversas.
Com pinceladas largas, estabelece a
ligação entre esses elementos, fundindo-os num todo bastante emocional e
romântico.
Neste despontar de novas tendências o
surrealismo toma impulso, e, sob a denominação de arte fantástica, procura no
subconsciente o seu mundo de imagens e símbolos.
Não querendo representar apenas
problemas formais estéticos, os seguidores da arte fantástica reclamam também
para o pintor o direito de falar através da pintura, de fazer poesia, de, com
diz Félix Labisse, "cavalgar as nuvens do maravilhoso e as cavernas do
inconsciente". (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)
*Fotos
da internet
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