Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
segunda-feira, 28 de maio de 2018
O CARRO ELÉTRICO E OS MOINHOS DE VENTO
Dialogando com minha sobrinha, Regina Caram, que
visita sempre a Holanda, obtive o depoimento abaixo, sobre o uso de novas
energias. Agradecemos a ela informações tão oportunas.
“As pessoas na Holanda, que usam um carro elétrico, independem
do petróleo. Utilizam um cabo, que conduz a energia para o carro. Este cabo se
conecta de uma fonte de energia elétrica, ao próprio carro.
Meu genro possui um carro híbrido, isto é, funciona
com eletricidade e também com gasolina.
Quando a energia elétrica do carro acaba, ele passa
a funcionar com gasolina.
O carro tem autonomia de eletricidade para funcionar
aproximadamente 50 km. Para viagens mais longas, após essa quilometragem, o
tanque de gasolina é acionado.
Como abastecer o carro: conecta-se o cabo da tomada
ao carro e um cartão magnético é acionado, contabilizando o que será cobrado. O
valor é descontado da conta corrente ou cartão de crédito.
Existem locais públicos, como estacionamentos com
postes sinalizados, onde a pessoa pode abastecer o seu carro. Ela conecta, e
passa o cartão magnético, vai para os seus afazeres e, quando retorna, o carro
já está abastecido.
A energia eólica é muito usada na Holanda. Existem
regiões onde podemos ver, por muitos quilômetros, vários moinhos de vento,
enfileirados. Quando se chega à Holanda pelo céu, pode-se ver também, no Mar do
Norte, imensas áreas no mar, cheias de moinhos. Eles chamam isso de “Fazendas
de Moinhos”. Muito altos e com 3 hélices, em geral são brancos. É muito bonito
de se ver...
Existem também os moinhos tradicionais. Na Holanda
são 6 ou 7 tipos desses moinhos, que eram usados para finalidades diversas.
Alguns eram usados para quebrar grãos e fazer a farinha, outros para prensar
azeitonas e fazer óleo, outros para drenar áreas úmidas e, com isso, fazer
rodízios de áreas férteis. Atualmente existem cerca de 1000 moinhos desses
tradicionais em toda a Holanda.
Como são tradicionais, são propriedade do governo,
que dá a concessão de uso para particulares. Eles têm que funcionar um número
de horas por ano e isto é controlado pelo governo.
Para se ter uma ideia de como são , vale a pena
visitar alguns, que funcionam como museus, e onde podemos ver com detalhes
essas nuances.
Existe um grande museu/ moinho no centro da cidade
de Leiden, bem como vários numa área próxima a Amsterdam.
Vale a pena conhecer!
Em tempo: alguns moinhos funcionaram como moradia
para moleiros e família.” (Depoimento dado por Regina Caram durante visita em
minha casa)
*Fotos da internet
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segunda-feira, 21 de maio de 2018
PINTURA MODERNA IX
Criar antes de tudo, jogando com os
recursos mais simples e mais próximos, usando sugestões, às vezes, chocantes ao
público pela falta de lógica dos elementos usados, dá uma dimensão diferente e,
às vezes, paradoxal à arte do momento.
A figura, por tantos e tão longos anos
abandonada pelos artistas, ressurge, violenta e trágica, na nova figuração,
extremamente realística ou vulgar na Pop-Art
vinda dos Estados Unidos, lírica ou erótica, no realismo fantástico.
Em sua violência, a nova figuração
retrata nossa época de guerras e ameaças constantes.
A sensibilidade do artista nem sempre
está voltada para o que há de lírico e romântico no mundo. No meio da tensão em
que vivemos, surgiu uma arte agressiva, pouco agradável à vista, traduzindo em
linguagem artística um expressionismo brutal nascido do impacto de uma revolta.
A Pop-Art,
de inspiração dadaísta, surgiu quando os recursos do tachismo se viram
diminuídos.
Rosenquist, um dos iniciantes e mais
conhecidos pop-artistas, compõe quadros de grandes dimensões com objetos do uso
diário, procurando deles tirar uma visão artística bastante nova e às vezes
chocante da vida moderna atual.
Rosenquist isola o fragmento. Raramente
se vê alguma coisa inteira em seu trabalho. O que o separa dos surrealistas é a
técnica cinematográfica de "close" e montagem.
Rauschemberg, o artista americano, que
conquistou em Veneza o grande prêmio de arte, em 1964, usa fotografias por ele
mesmo tiradas, e em técnica de colagem ou "silk screen" procura
anexá-las a outros elementos da vida real, formando um conjunto harmonioso de
sugestões diversas.
Com pinceladas largas, estabelece a
ligação entre esses elementos, fundindo-os num todo bastante emocional e
romântico.
Neste despontar de novas tendências o
surrealismo toma impulso, e, sob a denominação de arte fantástica, procura no
subconsciente o seu mundo de imagens e símbolos.
Não querendo representar apenas
problemas formais estéticos, os seguidores da arte fantástica reclamam também
para o pintor o direito de falar através da pintura, de fazer poesia, de, com
diz Félix Labisse, "cavalgar as nuvens do maravilhoso e as cavernas do
inconsciente". (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)
*Fotos
da internet
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terça-feira, 15 de maio de 2018
PINTURA MODERNA VIII
Se o concretismo procurou criar uma
pintura objetiva, anti-sentimental, visando somente a uma ordem estética, o
abstracionismo voltou à contemplação interior e deu largas à intuição.
Filiada a Klee e Kandinsky, a corrente
abstracionista ganhou vulto universal, procurando traduzir em linguagem comum a
todos os povos e raças a sua visão estética do universo.
Houve uma libertação completa da
realidade visível e o artista procurou expressar-se através dos elementos
plásticos, fazendo a forma valer por si, independente de qualquer significado
exterior. Linhas e cores harmonizavam-se no espaço da tela, procurando traduzir
a mensagem subjetiva do artista.
Novas tendências surgiram.
A "Action Painting" nos
Estados Unidos, criada por Jackson Pollock, preconizava uma pintura de ação,
onde o artista se deixaria levar pela criação momentânea, sem a elaboração
prévia de croquis e estudos, em diálogo direto com a matéria a ser trabalhada.
A tela era colocada no chão permitindo
ao pintor andar à sua volta.
Do emaranhado de linhas, aparentemente
em desordem, surgia uma ordem nova, como ritmos musicais, completamente
estranhos à nossa lógica habitual. A "Action Painting" desenvolveu-se
nos Estados Unidos fazendo projetar a Escola de Nova Iorque em plano universal.
"A superfície do quadro tem sido
sempre o ponto de encontro daquilo que o pintor conhece, com o desconhecido que
ali aparece pela primeira vez." Estas palavras de James Brooks, um dos
maiores artistas americanos da "Action Painting", esclarecem a
intenção dessa corrente, de valorizar acima de tudo o espontâneo.
O artista não impunha sua vontade às
coisas, mas permitia que elas se revelassem num despertar do desconhecido.
Na
Europa, Mathieu, em oposição às técnicas tradicionais, começou desde 1947 a série de quadros onde
a rapidez, e não a premeditação, estaria à frente da elaboração cuidadosa.
Segundo Françoise Choay, "a
pintura chamada informal não é desprovida de formas, mas propõe formas que não
nos são habituais." (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir,
1966)
*Fotos
da internet
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segunda-feira, 7 de maio de 2018
FESTIVAL TIRADENTES EM CENA
Tiradentes
Cidade histórica
De Minas Gerais.
Palco da Inconfidência.
Memórias do passado
De lutas e mortes
Em prol da liberdade.
Tiradentes
Adro do Museu de Santana
Cenário ao ar livre.
Ali, Ivana Andrés
Sob a direção de
Luciano Luppi
Encenou
Camille Claudel.
O conflito de uma artista
Discriminada
Por ser mulher
Grande artista
Grande mulher.
Raquel Fernandes assistiu .
E deixou seu depoimento:
“Ivana acontecendo
Ao vivo
Desenhando, cantando
Enfim, criando o cenário
Onde a nossa
Loucura humana
Fica exposta.
Ficamos diante
Desse script individual/ coletivo
Que se vai repetindo
Até haver uma
Libertação total.
(Sim, o espelho desta loucura
Da humanidade
E suas relações aprisionadas...
A porta do
inferno)
Tinha aquele entorno
Lindo da tarde
(a incrível luminosidade
Que ia mudando)
A noite, as estrelas
Em cima do
Contorno da Serra,
Este cenário eloquente
Do paraíso
Que nos rodeia.
E o contraste
Com o cenário humano
Que nos prendemos.
A peça foi ao ar livre e,
Ao fundo, mais em cima,
As grades da prisão
Antiga cadeia
Que antes foi um
Casarão histórico
Que tinha a divisão
Dos senhores
E o porão dos escravos.
Então ficou tudo
Bem potencializado.”
A próxima temporada
De Camille Claudel
Será em Belo Horizonte
Na FUNARTE.
De 17 de maio a 3 de junho
Quinta a domingo.
Vale a pena.
*Fotos de Raquel Fernandes
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