Enquanto estávamos digitando
esta postagem, escutamos a seguinte mensagem, vinda do WhatsApp:
“Atenção, atenção, senhores e
senhoras! Informamos ao povo brasileiro que nesta sexta feira, dia 9 de
fevereiro, a partir das 17:30 se encerra a crise no Brasil. Retornaremos com a
crise na quarta feira ao meio dia. Obrigado pela atenção de todos”.
Quando eu era criança, a
chegada do carnaval era uma festa imperdível. Com a ajuda da tia Mucíola,
preparávamos um roteiro de músicas da época e, sentadas na escada de frente da
casa ensaiávamos dias seguidos para depois formarmos um pequeno grupo musical,
onde a dança, a música e as artes plásticas contribuíam para dar colorido ao
bloco.
Cada ano fazíamos um bloco
diferente. Lembro-me de sair de casa vestida de húngara, outra vez de cigana ou
de colombina. Saíamos às 4 da tarde, num carro conversível, sentados na capota,
munidos de serpentina, confete e lança perfume.
Atravessávamos a Afonso Pena
cantando, lançando metros de serpentina no carro da frente e no detrás.
O desfile tinha o nome de
corso e na rua da Bahia, blocos caricatos dançavam.
Os 3 dias de festa eram bem
festejados e terminavam num baile infantil no Automóvel Clube da cidade. Mais
tarde o lança perfume foi proibido e caiu em desuso.
O carnaval de hoje recuperou
a alegria do carnaval antigo. Em Belo Horizonte, Rio e várias cidades
brasileiras, os blocos desfilam e dançam na rua. Crianças, jovens, adultos e
idosos participam da festa. O importante é cantar, dançar, esquecer a crise
brasileira e buscar a alegria própria do nosso povo. Brasileiro é um povo
alegre, já nasce com esta alegria. É festivo, comunicativo, humorista.
Em 1980, Ivana, Penha Paes e
eu, participamos do Salão do Carnaval com aproximadamente 30 bonecos de peneira
representando um cortejo de personagens que ilustravam marchinhas
carnavalescas: Mamãe eu quero, A la la ô, Touradas em Madri, Lourinha, O teu
cabelo não nega, Índio quer apito, etc.
No atelier da rua Sta Rita
Durão, todos que apareciam trabalhavam em alguma coisa: costuravam, trançavam
panos, modelavam caras em espumas, pintavam. Minha mãe Nair trabalhou
intensamente e todos os dias estava no atelier. A apresentação com banda em
frente ao Palácio das Artes foi uma apoteose. A exposição ficou muitos dias na
Grande Galeria do Palácio das Artes. A nossa lista de agradecimentos ocupou um
grande espaço num pôster enorme com os nomes de todos que ajudaram. Minha mãe
Nair, na época com 80 anos, se sentiu tão realizada que logo em seguida comprou
um carro, e depois fez comigo a sua única viagem internacional, pela Europa.
Em 1987, em viagem à Índia,
Ivana e eu participamos do carnaval em Chandigarh, cidade do Punjab, projetada
por Le Corbusier e muito semelhante a Brasília. O texto abaixo se refere a um
diário de viagens da Ivana:
“Hoje e amanhã é carnaval em
Chandigarh. Fizeram coincidir com o Festival, à guisa de fechamento. Lembra o
nosso carnaval em cidades do interior. Saem crianças vestidas de uniforme,
grupos de dança, de música, carros alegóricos enfeitados de panos coloridos, 2
camelos, 1 elefante, todos enfeitados com panos, flores, adereços. Ficamos numa
“ala” de estrangeiros, junto com
palestinos, nigerianos, indonésios e 1 americano. Levava um cartaz com a bandeira
do Brasil. Na frente músicos tocavam tablas e uma caixa de um órgão portátil,
além de flautas de bambu. O ritmo às vezes acelerava, o que dava para dar uns
passos de samba. Deu saudades do carnaval brasileiro.”
*Fotos de arquivo e da
internet
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