Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
GANESHPURI, UMA EXPERIÊNCIA DE VIDA
Ashram de Sidda Yoga.
Roupas de todas as cores
Azuis, vermelhas, verdes
Amarelas.
Vindas de vários países.
Servem de biombo
Para separar o dormitório.
Vinte leitos.
Dormitório de mulheres.
Chão de pedra
Ventilador.
Acorda-se às 3 da manhã
Para meditação.
Silêncio em horas marcadas.
Contemplar o próprio Self.
“Quando Deus se torna
Um com você
Todas as suas misérias se vão.”
Uma pessoa forte
Permanece sempre em Deus.
Nunca se muda deste estado.
Aqui encontro pessoas
Vindas de todas as partes
Do planeta.
Fizemos amizade
E nas horas de folga
Desenho os personagens.
Somos amigos internacionais
Buscando a mesma energia.
À frente do ashram
Tremulam bandeiras
Do mundo inteiro.
Mas aqui dentro
Não existem fronteiras
A Terra é uma só.
George “Indrasit” Caldnell
Trabalha em prol de idosos
Peggie Vaikhari Cairns
Australiana
Receita florais de Bach
Wim Weehuizen
Meu amigo alemão
Mora em Amsterdã
E também cuida de idosos
Gisele “Gochari” Boissy
Veio da França
Tornou-se minha filha espiritual.
*Fotos de arquivo
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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
O DESPERTAR DA KUNDALINI
Swami Muktananda no seu livro “Kundalini – El
secreto de la vida”, nos transmite o seu profundo conhecimento desta força que
existe dentro de cada um de nós. A energia Kundalini existe em todos os seres
humanos, mas na maioria das pessoas ela se encontra em estado latente.
Nas antigas escrituras do Oriente, a Kundalini é
reverenciada como a Shakti, o Poder Cósmico ou a Divina Energia Consciente, que
é responsável pela criação de todo o universo.
Todas as tradições falam da energia Kundalini de
formas diferentes. Os japoneses a chamam de Ki, os chineses de Chi, os cristãos
a denominam de Espírito Santo. Outro nome dado a essa força é Chitti, a
Consciência Universal.
Segundo Swami Muktananda, essa energia tem dois
aspectos: o aspecto exterior que mantém vivas todas as funções dos diferentes
órgãos do nosso corpo, podendo ser considerada a força motora de todas as
nossas atividades. Essa energia existe em todos nós mesmo que dela não tenhamos
consciência. É o aspecto interior da Kundalini que deve ser despertado por nós.
A Kundalini reside no centro do corpo, no Chakra
Muladhara situado na base da coluna vertebral. Quando é despertada, sobe em
direção ao Chakra situado no ápice da cabeça, o Sahasrara.
Muktananda nos esclarece nesse livro que existem
muitas formas de despertar esta energia: através de uma intensa devoção a Deus,
da repetição de mantras, de exercícios específicos de Yoga, ou até mesmo de
forma espontânea devido a méritos acumulados em vidas anteriores. Mas segundo
ele, a forma mais fácil de se despertar o aspecto interior dessa força é
através do Shaktipat do Guru, quando esse transmite diretamente sua própria
Shakti Divina ao discípulo.
O Shaktipat pode ser transmitido de quatro maneiras:
através do toque físico que é dado normalmente na região do Ajna Chakra, entre
as sobrancelhas, através da transmissão de um mantra, do olhar ou do pensamento
do mestre.
A intensidade do Shaktipat depende do merecimento de
cada um, da sua fé, devoção e atitude de reverência. Mas uma vez despertada, a
Kundalini deve ser cuidada. A pessoa deve procurara manter uma vida
equilibrada, integrando na sua disciplina diária, a meditação, os mantras, ou
outras práticas que tenham afinidade com o seu temperamento. O processo que se
inicia a partir do recebimento do Shaktipat chama-se Siddha Yoga, ou Yoga
Perfeita.
Somente quando a Kundalini se desperta, podemos
desenvolver nosso verdadeiro potencial como seres humanos. Isso não se limita à
nossa vida profissional, que passamos a realizar de forma mais consciente e
perfeita. Esse despertar nos transforma internamente e nos faz ter uma nova
visão do mundo à nossa volta. Sentimos um entusiasmo maior em todas as nossas
atividades; até mesmo a forma como nós nos relacionamos com nossos familiares e
amigos se transforma.
Deixamos de lado a ilusão de pensar que a felicidade
só pode ser encontrada fora de nós mesmos e descobrimos que ela é inerente ao
nosso Ser Interior. A partir do momento em que tomamos consciência desse
potencial dentro de nós passamos a viver e irradiar esse estado de alegria
constantemente.
De acordo com o Shivaísmo do Kashmir, ao
despertarmos a força da Kundalini, acontece simultaneamente uma expansão da nossa consciência tão ampla e
infinita como o Universo. Deixamos de ser criaturas limitadas, podendo assim
alcançar a União com o Criador. (Trecho do meu livro “Encontro com mestres no
Oriente”, editora Luz Azul, 1993)
*Fotos da internet
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sábado, 10 de fevereiro de 2018
CARNAVAL
Enquanto estávamos digitando
esta postagem, escutamos a seguinte mensagem, vinda do WhatsApp:
“Atenção, atenção, senhores e
senhoras! Informamos ao povo brasileiro que nesta sexta feira, dia 9 de
fevereiro, a partir das 17:30 se encerra a crise no Brasil. Retornaremos com a
crise na quarta feira ao meio dia. Obrigado pela atenção de todos”.
Quando eu era criança, a
chegada do carnaval era uma festa imperdível. Com a ajuda da tia Mucíola,
preparávamos um roteiro de músicas da época e, sentadas na escada de frente da
casa ensaiávamos dias seguidos para depois formarmos um pequeno grupo musical,
onde a dança, a música e as artes plásticas contribuíam para dar colorido ao
bloco.
Cada ano fazíamos um bloco
diferente. Lembro-me de sair de casa vestida de húngara, outra vez de cigana ou
de colombina. Saíamos às 4 da tarde, num carro conversível, sentados na capota,
munidos de serpentina, confete e lança perfume.
Atravessávamos a Afonso Pena
cantando, lançando metros de serpentina no carro da frente e no detrás.
O desfile tinha o nome de
corso e na rua da Bahia, blocos caricatos dançavam.
Os 3 dias de festa eram bem
festejados e terminavam num baile infantil no Automóvel Clube da cidade. Mais
tarde o lança perfume foi proibido e caiu em desuso.
O carnaval de hoje recuperou
a alegria do carnaval antigo. Em Belo Horizonte, Rio e várias cidades
brasileiras, os blocos desfilam e dançam na rua. Crianças, jovens, adultos e
idosos participam da festa. O importante é cantar, dançar, esquecer a crise
brasileira e buscar a alegria própria do nosso povo. Brasileiro é um povo
alegre, já nasce com esta alegria. É festivo, comunicativo, humorista.
Em 1980, Ivana, Penha Paes e
eu, participamos do Salão do Carnaval com aproximadamente 30 bonecos de peneira
representando um cortejo de personagens que ilustravam marchinhas
carnavalescas: Mamãe eu quero, A la la ô, Touradas em Madri, Lourinha, O teu
cabelo não nega, Índio quer apito, etc.
No atelier da rua Sta Rita
Durão, todos que apareciam trabalhavam em alguma coisa: costuravam, trançavam
panos, modelavam caras em espumas, pintavam. Minha mãe Nair trabalhou
intensamente e todos os dias estava no atelier. A apresentação com banda em
frente ao Palácio das Artes foi uma apoteose. A exposição ficou muitos dias na
Grande Galeria do Palácio das Artes. A nossa lista de agradecimentos ocupou um
grande espaço num pôster enorme com os nomes de todos que ajudaram. Minha mãe
Nair, na época com 80 anos, se sentiu tão realizada que logo em seguida comprou
um carro, e depois fez comigo a sua única viagem internacional, pela Europa.
Em 1987, em viagem à Índia,
Ivana e eu participamos do carnaval em Chandigarh, cidade do Punjab, projetada
por Le Corbusier e muito semelhante a Brasília. O texto abaixo se refere a um
diário de viagens da Ivana:
“Hoje e amanhã é carnaval em
Chandigarh. Fizeram coincidir com o Festival, à guisa de fechamento. Lembra o
nosso carnaval em cidades do interior. Saem crianças vestidas de uniforme,
grupos de dança, de música, carros alegóricos enfeitados de panos coloridos, 2
camelos, 1 elefante, todos enfeitados com panos, flores, adereços. Ficamos numa
“ala” de estrangeiros, junto com
palestinos, nigerianos, indonésios e 1 americano. Levava um cartaz com a bandeira
do Brasil. Na frente músicos tocavam tablas e uma caixa de um órgão portátil,
além de flautas de bambu. O ritmo às vezes acelerava, o que dava para dar uns
passos de samba. Deu saudades do carnaval brasileiro.”
*Fotos de arquivo e da
internet
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