segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

JK E A CULTURA

Como artista plástica e aluna de Guignard, acompanhei de perto a carreira de sucesso de Juscelino, o seu potencial de energia criadora e organizadora. Hoje, posso avaliar o quanto ele conseguiu antecipar o seu tempo em seu governo e realizar as características do ser humano do século XXI, onde o coração se une à razão, afim de humanizá-la.

No século XXI, ética e estética caminham juntas.

 Como prefeito de Belo Horizonte, Juscelino promoveu uma verdadeira revolução nas artes. Portinari, Niemeyer e Burle Marx receberam a incumbência de realizar o conjunto da Pampulha.

 Na mesma ocasião Alberto da Veiga Guignard chegava a Belo Horizonte, também convidado por JK, a fim de modernizar o ensino da arte em Minas. A Escola Guignard foi criada livre dos preceitos tradicionais. Os alunos acompanhavam a equipe de artistas que viera do Rio e tinham a oportunidade de ver de perto Portinari pintando a igrejinha da Pampulha. Ali estavam reunidos os pioneiros de uma nova mentalidade.

A instalação do modernismo em Minas trouxe em seu contexto uma síntese das artes, promovendo uma forte mudança na sociedade. JK foi o incentivador dessa renovação. Trouxe o maestro Bosmans para reger a sinfônica, João Cheschiatti para promover o teatro, incentivou uma grande exposição de arte moderna no edifício Mariana, rompendo com o academismo artístico do mineiro. Esse primeiro rompimento com o passado tradicional foi acompanhado de fortes contestações nas avenidas da cidade e alguns quadros modernistas foram mutilados. No entanto, os jovens abraçaram a ideia de mudança.

As ideias renovadoras de JK, sua intuição e amor às artes, aglutinavam os artistas ao seu redor. Grandes artistas também o acompanharam a Brasília, contribuindo com sua arte para a instalação do modernismo também no Brasil central.
Realizar 50 anos em 5 era uma das fortes propostas do seu governo, cujas metas fizeram o Brasil crescer porque foram realizadas com amor e entusiasmo.
Juscelino enxergava o futuro com antevisão, pensando nas gerações futuras. Visitando o local onde seria construída a nova capital do país, pronunciou um discurso afirmando a sua fé no futuro do Brasil.

“Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”. Essas palavras cheias de otimismo conduziam a construção de Brasília. O sonho de Dom Bosco se concretizou sob sua ação.

Juscelino acreditava que a marcha para o oeste era a grande meta a realizar. Essa marcha foi realizada democraticamente, descendo ao povo, dançando e cantando com eles, estimulando a sua cultura e incentivando sua arte.
Hoje, sob luzes e cores, as formas da catedral idealizada por Niemeyer oferecem um espetáculo de beleza e arte, numa prece a Deus pelo destino do país.
Brasília se projetou no mundo inteiro como a consagração do modernismo no Brasil, elevando a fé e o otimismo dos seus criadores.

O Memorial JK guarda a memória de um mineiro que teve a coragem de alargar as fronteiras de nosso país, trazendo a civilização para o centro-oeste.

Todo o itinerário do presidente ali está, nas fotos, nos objetos de uso familiar, na grande biblioteca com 3000 livros, nos vídeos contando sua vida. Extraordinariamente bem cuidado, o memorial é um templo de beleza e amor.

*Fotos da internet

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