A exposição “A construção da cor”, foi contemplada
pelo jornal Estado de Minas, com duas matérias jornalísticas. Transcrevo abaixo
alguns trechos dessas matérias.
“Aos 95 anos, Maria Helena Andrés está entre os
artistas plásticos mais importantes de Minas Gerais. Ex-aluna de Guignard, ela
chama a atenção, com seu talento diversificado. Pintora aclamada, cria colagens, esculturas e desenhos.
Até 18 de dezembro, trabalhos da artista ficarão
expostos na Carminha Macedo Galeria de Arte. São colagens, que ressurgiram na
obra de Maria Helena, depois de marcar presença na fase que ela chama de
“astronautas” nos anos 1960.
A pintora conta que as colagens são fruto da
necessidade de substituir tintas por papel. O processo de criação remete às
“pinturas construtivistas” da década de 1950. Se naquela época cada cor era
pintada separadamente sobre a tela, agora cada uma delas, recortada, é colada
na folha. Maria Helena costuma dizer que a pintura deixa de existir, dando
lugar à cor construída sobre o papel.” (Artes Visuais, Estado de Minas, 26/11/
2017)
“Arte para mim é uma forma de contato com o momento
que a gente está vivendo, mas traz também a memória do passado e vamos
promovendo um caminho que não é planejado. O caminho vai surgindo e vou tomando consciência do que está ocorrendo
através de qual fase eu estava naquele momento. Por exemplo, esta fase de
colagens eu já fiz na época do movimento construtivista na década de 50.
Produzir e trabalhar aos 95 anos é diferente, agora
temos de escutar o corpo, é ele quem fala “neste momento você pode pintar em
pé”, então eu levanto. Antes eu pintava em pé, não tinha nenhuma cadeira no
atelier. Eu desenvolvi uma técnica com vassoura de esponja, passava a tinta
nela e pintava a tela com gestos amplos. Pintei o painel do aeroporto de Confins
subindo em escada. Naquela época
conseguia fazer isso, hoje não posso mais. Tenho de me acomodar de acordo com a
época que estou vivendo. Eu fazia quase que uma dança no entorno do quadro,
porque o gestual exige muito movimento e se não fizer assim, não sai bom...
Muda a técnica e muda tudo. Cheguei a uma conclusão:
“Ou paro, ou mudo”. Resolvi não parar e mudar. Decidi voltar às minhas origens
construtivistas, porque posso fazer assentada, então decidi fazer colagem...” (Isabel
Teixeira da Costa, jornal Estado de Minas, 3/12/2017)
*Fotos de Maria Tereza Correia e Beto Novaes
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