Vivemos no século da máquina, da indústria, as descobertas científicas tentando dominar as forças do espírito, pela própria força da matéria. Esta preponderância da matéria sobre o espírito marcou pela violência quase toda a arte do nosso tempo.
O século em que se inventaram os campos de concentração, que deu origem a duas guerras implacáveis, em que se descobriu a força destruidora da energia atômica, que usou do progresso material contra todos os direitos da pessoa humana, não mereceu outra ilustração a não ser a Guernica de Picasso.
Mas o homem, que testemunha e sofre a sua própria mecanização, não tem a humildade necessária para reconhecer a verdade da pintura que retrata o seu século.
Estes 90 anos de pintura moderna foram 90 anos de experiência, de independência e liberdade.
Esta sede de criar, de experimentar, de destruir tudo o que ficou para trás, é uma marca do desassossego e da inquietação da civilização moderna, cheia de idéias contraditórias.
Neste clima de liberdade, os verdadeiros artistas tiveram ocasião de se manifestar e dar sua valiosa contribuição à arte. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)
*Fotos da internet
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