Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
A CONSTRUÇÃO DA COR
Ao ler a página de Wagner Nardy, que , juntamente
com minha filha, Marília Andrés, realizou
a curadoria da minha exposição,
pude ver, com muita clareza, a dinâmica da minha trajetória. Esta mostra
representa uma volta às origens, quando participei do movimento construtivista
brasileiro. Naquela época os meus quadros construtivos conservavam lembranças
do figurativo. Hoje as minhas colagens são composições onde as linhas e cores
são construídas diretamente.
Transcrevo abaixo o texto de Wagner Nardy:
“A exposição A Construção da Cor de Maria Helena
Andrés celebra os 95 anos desta grande artista.
Apresentando uma série inédita de trabalhos em
colagem e duas fotografias, a exposição revisita a produção da década de 50 da
artista, momento este em que seu trabalho estava fortemente ligado à essência
Construtivista.
Ocorre- me citar MALEVITCH, quando o mesmo, em seu
manifesto Construtivista defende: “a forma intuitiva deve sair do nada. Essas
formas não serão repetições ou representações de coisas vivas da realidade
natural: serão, porém, a coisa viva em si mesma. A natureza é um quadro vivo
que se pode admirar. Porém todo milagre
está na criação artística em si mesma. E Criar significa, viver, produzir
eternamente coisas sempre novas”.
Andrés nos mostra claramente a aptidão pelas
palavras do mestre ao nos apresentar, a esta altura, com maestria sublime, através
de formas simples e diretas a construção da cor.
As composições de Maria Helena são donas de um ritmo
único, singular e inauguram um tempo próprio que guarda profunda relação com as
vivências orientais da artista e as questões ligadas ao conhecimento e domínio
da mente.
Porém, o que mais nos chama atenção é como a artista
cria uma comoção sublime em torno da contemplação de seus trabalhos.
O sublime na arte de Maria Helena Andrés parece-me surgir
como um embate simbólico e fatal entre as forças concretas da natureza e a
concretude da razão que nos habita.
Desse confronto a poética da obra de Maria Helena transcende
o tempo e o espaço irrompendo em música, dança e cor.
Segundo KANT, o Sublime é mesmo e fundamentalmente
isto: “ a mera habilidade de pensar, a qual demonstra uma faculdade da mente
que ultrapassa qualquer medida de sensação.”
Os trabalhos de Maria Helena aos quais agora temos o
privilégio de experimentar causam este silêncio, prodígio da consciência – essa
janela repentina abrindo-se para uma paisagem iluminada pelo sol em meio à
noite do não ser.
Tal qual o celebre escritor Vladimir Nabokov
respondeu ao ser indagado se algo na vida o surpreendia.
É como me sinto.
Fotos de Artur Andrés e de arquivo
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segunda-feira, 13 de novembro de 2017
ALEXANDRE ANDRES E RAFAEL MARTINI NO JAPÃO
Alexandre Andrés e Rafael Martini se apresentaram no
Japão em setembro de 2017.
O povo japonês aprecia muitas coisas, e uma delas é
a música brasileira. Eles são um dos maiores consumidores da música brasileira
e mais recentemente, da música mineira fora do Brasil.
É um povo que valoriza a arte em geral, até hoje
compram CDs para terem contato, não só com a música, mas também com os detalhes
e informações contidas no encarte. Alexandre esteve na Tower Records, em Tokyo,
loja de CDs de oito andares.Não se vê mais isto em qualquer lugar do mundo,
pois os CDs estão em extinção, assim como os LPs (Vinil). Hoje as pessoas só
escutam música na internet, mas o povo japonês continua valorizando todo o
processo musical, desde a gravação até os últimos detalhes de uma produção
musical.
Depois de 5 anos vendendo o seu trabalho no Japão,
com a ajuda do produtor japonês Yoshihiro Narita e de ter recebido prêmio com o
seu CD “Macaxeira Fields”, Alexandre foi convidado para uma tournée pelo Japão,
junto ao seu parceiro, compositor e pianista Rafael Martini.Entre os dias 18 e
29 de setembro, os dois se apresentaram no Festival Onpaku, numa praça de
Kyoto, para 10.000 pessoas, num templo budista na cidade de Okagama e por
último em um teatro lotado em Tokyo. Nesses 10 dias os jovens artistas tiveram
o seu trabalho valorizado como nunca. Os japoneses os trataram com muito
respeito e admiração, muitos CDs vendidos e muitos autógrafos dados...
De volta ao Brasil, ficou a admiração e a saudade de
um povo que valoriza a arte como poucos e a esperança de retornar ao Japão para reencontrar
os amigos.
No dia 16 de novembro, às
20:30, na Fundação de Educação Artística, Alexandre e Rafael lançarão o seu CD
‘Haru’ (Haru significa primavera em japonês), que teve o seu lançamento internacional
feito no Japão, agora em Belo Horizonte.
*Fotos de arquivo e da internet
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terça-feira, 7 de novembro de 2017
PINTURA MODERNA II
Vivemos no século da máquina, da indústria, as descobertas científicas tentando dominar as forças do espírito, pela própria força da matéria. Esta preponderância da matéria sobre o espírito marcou pela violência quase toda a arte do nosso tempo.
O século em que se inventaram os campos de concentração, que deu origem a duas guerras implacáveis, em que se descobriu a força destruidora da energia atômica, que usou do progresso material contra todos os direitos da pessoa humana, não mereceu outra ilustração a não ser a Guernica de Picasso.
Mas o homem, que testemunha e sofre a sua própria mecanização, não tem a humildade necessária para reconhecer a verdade da pintura que retrata o seu século.
Estes 90 anos de pintura moderna foram 90 anos de experiência, de independência e liberdade.
Esta sede de criar, de experimentar, de destruir tudo o que ficou para trás, é uma marca do desassossego e da inquietação da civilização moderna, cheia de idéias contraditórias.
Neste clima de liberdade, os verdadeiros artistas tiveram ocasião de se manifestar e dar sua valiosa contribuição à arte. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)
*Fotos da internet
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O século em que se inventaram os campos de concentração, que deu origem a duas guerras implacáveis, em que se descobriu a força destruidora da energia atômica, que usou do progresso material contra todos os direitos da pessoa humana, não mereceu outra ilustração a não ser a Guernica de Picasso.
Mas o homem, que testemunha e sofre a sua própria mecanização, não tem a humildade necessária para reconhecer a verdade da pintura que retrata o seu século.
Estes 90 anos de pintura moderna foram 90 anos de experiência, de independência e liberdade.
Esta sede de criar, de experimentar, de destruir tudo o que ficou para trás, é uma marca do desassossego e da inquietação da civilização moderna, cheia de idéias contraditórias.
Neste clima de liberdade, os verdadeiros artistas tiveram ocasião de se manifestar e dar sua valiosa contribuição à arte. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)
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