Somente na medida em que o Yoga deixa de ser apenas disciplina e a arte deixa
de ser profissão é que podemos entender mais claramente a unidade de ambas como
formas de autorrealização.
“O que experimentamos no fundo de nossa alma é a
realização.” Estas palavras de Swami Vivekananda sobre a experiência direta nos
fazem refletir sobre o caminho da arte. O exercício da arte, feito com amor
desapegado, conduz à realização intuitiva da Verdade. Estudaremos as
semelhanças entre arte e Yoga em seus
quatro margas, ou caminhos individuais
de aperfeiçoamento.
O Yoga oferece aos seus adeptos quatro caminhos
fundamentais, que podem conduzi-los ao estado de Libertação: Raja Yoga, Bhakti Yoga, Karma Yoga e Jñana
Yoga. Estes correspondem respectivamente à união com o Supremo por meio do
domínio sobre a própria mente, do amor e devoção, da ação e do conhecimento.
O intuito do Yoga
não é afirmar a Verdade, mas conduzir o adepto, através da experiência,
à conscientização da Verdade imanente em si mesmo e em toda a natureza.
Poderíamos dizer, em nossas reflexões sobre arte e yoga , que a arte, em sua
trajetória de aprendizado de vida, muitas vezes se aproxima do aprendizado de
um yogue. O treinamento de um yogue
dentro de Raja Yoga ou disciplina mental assemelha-se ao treinamento paciente
pelo qual terá que passar um artista, desenvolvendo sua capacidade de
observação, concentração e atenção na busca de ampliar, cada vez mais, a sua
percepção do mundo.
Conjugar o movimento da alma ao movimento da mão,
suprimir o su-perfluo para melhor sugerir, intensificar, abrandar o traço;
levá-lo como a música de maior intensidade de vibração ao pianíssimo, que
apenas se pressente, é a finalidade à qual se dirige o estudante de arte em
seus primeiros esboços.
Essa síntese de nossas faculdades de concentração e
percepção nem sempre é conseguida no princípio, quando todas as experiências
ainda se escondem sob o arcabouço fechado dos preconceitos e das inibições.
Somente o exercício constante e o amor ao trabalho poderão vencer as barreiras
que se erguem diante de um aluno iniciante e indeciso. Essa entrega total, esse
amor ao trabalho pode ser comparado ao caminho Bhakti.(Trecho do meu livro “Os
Caminhos da Arte”, editora C/ARTE, 2015)
Fotos de Maurício Andrés e da internet
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”,
CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA
Nenhum comentário:
Postar um comentário