O vento agita
a legião de bandeiras em frente ao edifício das Nações Unidas, onde são
discutidos os problemas do mundo. Nos grandes salões da ONU, alguns homens
debatem os problemas da humanidade. Distribuem responsabilidades, marcam
fronteiras, determinam os direitos humanos.
Representantes de todos os países
ali se reúnem, defendendo cada um os interesses de seu povo. Traçam-se os
destinos do mundo. Através de filmes, projeções, teipes, painéis fotográficos,
publicações, telas, o visitante toma conhecimento de todas as misérias que
afligem a Terra: a pobreza, as injustiças, a fome, as doenças, as guerras.
Sente-se o sofrimento do nosso planeta, suas lutas e conquistas, seu progresso
e também o quanto de sacrifício e dores este progresso exige. A paz é
reivindicada através de acordos, discursos, polêmicas, no grande tribunal das
Nações Unidas.
Naquela casa, que recolhe os problemas mais
angustiantes da humanidade, a sala de meditação é o momento de silêncio. Oferece-nos, sob outra forma, a paz que se
pretende alcançar e que é objeto de intermináveis reuniões. E ela não é
discutida em voz alta, nem assinada em atas. A sala é tão pequena que não se
permite a entrada de muita gente. Não se fala nem se escuta, sente-se o
silêncio. Uma estranha emoção nos invade quando penetramos nesse ambiente
escuro, desabitado, onde as coisas são percebidas devagarinho, à medida que nos
costumamos com a penumbra. As sombras não nos deixam perceber de uma só vez as
cores do painel abstrato ao fundo. Uma pedra retangular no centro da sala
convida à introspecção. Um raio luminoso projeta-se sobre ele, vindo de um
pequeno orifício no teto. Aquela luz de paz, vinda do alto, tem a pureza de uma
revelação. É como se essa luminosidade, penetrando pela fresta, atingisse nossa
percepção, fazendo-nos refletir sobre nós mesmos, o significado da vida, nossa
condição na Terra e o silêncio que virá depois. Abre-nos para o absoluto.
Por
que tanta luta e violência, tanta crueldade e ambição? O futuro de todo homem é
encontrar um dia o silêncio e a eternidade. No edifício das Nações Unidas de
Nova York, a sala de meditação é o encontro com a paz interior.
*Fotos da internet
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