segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

PIETÁ CAETÉ

Este texto do Maurício me fez contemplar o céu:

‘No passado, essas pedras foram fundo de mares interiores, conviveram com animais pré-históricos, seus sulcos e ranhuras testemunham eras geológicas e mais de um bilhão e oitocentos milhões de anos. Do alto do lendário Itaberabaçú, a montanha que brilha, via-se a destruição ao longe das matas do rio Doce - Watu para as tribos caeté, botocudo, krenak, aimoré, que ali viveram e que conheceram a impiedade dos brancos. 
Vieram os caçadores de esmeraldas e de índios, as minas de ouro de Cuiabá e Descoberto, madeireiros. Bracarena ergueu a igreja em 1776, os romeiros subiam ao cume da Serra para o jubileu. A névoa encharca as pedras e gotas d’água pingam nos milagres, aos quais se atribuem poderes de cura.

A serra da Piedade é um monumento na paisagem, de onde se contempla o Caraça, Cauê, Itabira, o Espinhaço, a Serra do Curral. Hoje, é lugar de respirar ar.
São 1746 metros de altitude e 360 graus de visão, nesse grande mirante dos céus de Minas, de onde antenas controlam o tráfego aéreo e as telecomunicações. Do observatório astronômico, vê-se a estreita faixa de fogo no horizonte, que separa as luzes da metrópole e o brilho das estrelas e planetas.

Há uma nave branca pousada na rocha mirando Caeté. O santuário no cume da serra abriga a imagem da piedade, mãe e filho, azulejos registram o céu, anjos, mandalas.
Frei Rosário constrói com livros uma biblioteca mística e ecumênica, em sânscrito, latim, grego e em línguas correntes, onde se depositam conhecimentos de antigas tradições.

No futuro, a montanha sagrada da Piedade, Arunachala franciscana, abrigará um centro internacional de cultura cósmica. Ajudará seus visitantes a mergulharem no conhecimento ancestral e a estudarem a ecologia dos céus, ressacralizando a natureza em seu entorno.” (Pietá Caeté,
Maurício Andrés Ribeiro)

*Fotos da internet

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