Goa teve o papel de unificar duas civilizações.
Navios vinham da China, trazendo coisas fantásticas do extremo oriente;
porcelanas chinesas de diferentes tipos, caixas, arcas de madeira, telas
elaboradas. Esse comércio aumentou a síntese e a construção de templos promoveu
a integração no campo artístico.
Aludindo a isso, o historiador português
Carlos de Azevedo comenta: “Quase todos os retábulos nas igrejas indianas são
colocados diante de um fundo decorativo de entalhes ricamente trabalhados, onde
a noção do uso do espaço é puramente oriental, o que aumenta o interesse e a
originalidade de toda essa arte indo-portuguesa.”
Símbolos hindus foram substituídos por símbolos
cristãos, mas as decorações, os arabescos “preenchimento do vazio” mantiveram
características orientais.
As manifestações e símbolos artísticos,
transcendendo as palavras, capturaram em linha direta a integração de
diferentes povos, desvendando sua origem comum, que é a origem do ser humano na
Terra.
As ideologias separam os homens porque são conceitos
mentais. A mente resiste à invasão de suas verdades pessoais. Mas a verdade é
única, indivisível, e brilha sobre tudo como o sol do meio dia, iluminando a
Terra como um todo.
Interessa-me, no presente estudo, a documentação da
influência indiana na arte portuguesa que, por seu turno, veio ecoar no Brasil
alguns anos mais tarde, através do Barroco.
Buscamos nossas origens, nossos pontos de contato
com a Índia, como se pudéssemos retomar por meio dos dados históricos e das
manifestações artísticas, religiosas e culturais, o caminho das Índias, gerador
da energia das grandes descobertas, da intensificação do comércio e do
florescimento das artes. (Segunda parte do estudo comparativo apresentado no
Seminário em Goa, 1983)
*Fotos da internet
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