Quando conheci Sara Ávila, nos idos tempos da Escola
Guignard, quando ainda no parque municipal, ela era uma menina de um desenho
muito sensível. Desenhava e pintava aquarelas de flores, muito apreciadas pelo
mestre Guignard. Agora, sentada numa cadeira em frente ao grande painel
“Noturno de Belo Horizonte”, fico pensando nas flores que me lembravam estrelas
e este imenso e monumental painel que me lembra o céu estrelado. Pintado pouco
antes do seu falecimento, o painel “Noturno de Belo Horizonte” é uma maravilhosa
despedida do planeta, para habitar espaços superiores, cheios de luz.
Sara, com sua fase de “flotagem”, ficou reconhecida
internacionalmente, mas não fazia uso disso, para se colocar acima dos colegas.
Era discreta ao receber convites e homenagens fora do Brasil. Pertenceu por muitos
anos ao grupo “Phases”, sediado na França e com o grupo percorreu a Europa e as
Américas.
Na Escola Guignard foi professora de desenho e de
criatividade, com um trabalho semelhante ao de Lygia Clark. Quebrar os condicionamentos
através de jogos criativos, foi sua tarefa por muitos anos na Escola Guignard,
e com isto conquistou a amizade dos jovens iniciantes nas artes.
Conversávamos muito sobre os projetos de cada uma e
Sara se tornou uma grande amiga.
Agora, contemplando o painel “Noturno de Belo
Horizonte”, exposto na sala de exposições da Escola onde ela estudou e se
tornou professora e diretora, fico pensando no grande poder que a arte tem de
transmitir vibrações de deslumbramento e alegria perante a vida.
Ao se transferir de sua residência na Savassi para o
bairro Belvedere, Sara se encantou com a cidade vista do alto, totalmente
iluminada.
Esta série de “Noturnos” está aberta à visitação
pública, na Escola Guignard e merece ser vista.
*Fotos da internet
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