Recebi de Maurício Andrés Ribeiro, o texto que transcrevo abaixo:
“O estudo da evolução da vida e da consciência assenta-se sobre algumas pedras fundamentais. Três Pierres, com visão cósmica e prospectiva, contribuíram para compreendê-la.
Pierre
Teilhard de Chardin, padre e cientista com vivência na China, estudou a
evolução e o fenômeno humano. Elaborou o conceito de noosfera, o conjunto de
energias mentais, pensamentos, informações, geradas ou captadas desde o início
da vida, que constitui uma sutil camada de consciência que circunda o planeta.
Teilhard de Chardin propõe que a evolução promove a convergência de forças
ascendentes para um ponto ômega.
Pierre Dansereau, botânico e biogeógrafo do
Quebec, no Canadá, foi um pioneiro da ecologia humana. Transportando-nos numa
viagem no tempo, ele desenhou um diagrama no qual sintetizou as várias etapas
na relação do ser humano com o ambiente. Desde a pré história até a atualidade,
houve a fase da coleta de frutos e depois a caça e a pesca; em seguida, o
pastoreio, com a domesticação de espécies animais; a domesticação dos vegetais,
na revolução agrícola. No século XVIII a revolução industrial amplificou os
impactos da ação humana sobre a natureza. Na segunda metade do século XX veio a
urbanização acelerada. Vivemos a transição entre as fases da urbanização e a do
controle climático. Como nona etapa, prospectiva, ele caracterizou a fuga
exobiológica, ou transmigração, prenunciada pelas viagens espaciais.
Sua
imaginação e inventividade estão presentes na mandala em que ele nos transporta
para uma viagem por várias escalas, do pequeno ao grande, do ser humano
interior até a família, a cidade, a região e o planeta. No centro dessa mandala
ele situou o homem interior e as diversas percepções que tem sobre as paisagens
exteriores em função de seus interesses, formações e condicionamentos
culturais. A compreensão dessa
diversidade de estágios de consciência, ou noodiversidade, é básica nos
processos de mediação de conflitos relacionados com a gestão ambiental. Pierre
Dansereau incorporou a noosfera nos diagramas em que desenhou as interações
entre a atmosfera, pirosfera, litosfera, hidrosfera, biosfera. Com isso, abriu
o campo para integrar a subjetividade e as questões psicológicas às ciências
ecológicas, para além da abordagem socioambiental.
Pierre
Weil , psicólogo francês naturalizado brasileiro, trabalhou na perspectiva
holística com a ecologia integral, que inclui a ecologia ambiental, a social e
a ecologia interior. Formulou um método de transmitir a arte de viver em paz
com a natureza, com a sociedade e consigo próprio e de reverter os
desequilíbrios. Esse método é baseado no conhecimento das emoções, do corpo e
do intelecto e no suposto de que a paz interior é fundamental para se alcançar
a paz social e com a natureza. Buscou nas tradições do budismo tibetano
elementos para trabalhar com os vários centros de energia do ser humano, os
valores a eles associados e os comportamentos destrutivos ou positivos que
derivam de tais valores.
As
contribuições desses três Pierres – Teilhard de Chardin, Dansereau e Weil -
ajudam a compreender as transformações da matéria inanimada para a vida e para
a consciência.
A
ecologia humana, a ecologia cultural, a ecologia pessoal e transpessoal e os
demais campos das ciências ecológicas que buscam compreender a consciência
humana são valiosos nesse período antropoceno da história. Esses campos,
relacionados ao ser humano interior, subjetivo, psíquico, contribuem para o
autoconhecimento sobre a espécie humana, que mostra capacidade crescente de,
com suas ações, interferir sobre o rumo da evolução no planeta”. (Maurício
Andrés Ribeiro é autor de Ecologizar, Tesouros da Índia; Meio
Ambiente&EvoluçãoHumana.ecologizar@gmail.com www.ecologizar.com.br)
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