Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
POR QUE A SEMELHANÇA BRASIL - ÍNDIA
O texto abaixo foi escrito por
minha amiga Célia Laborne, quando o livro "Oriente- Ocidente, integração
de Culturas" foi editado. Célia foi minha colega na primeira turma da
Escola Guignard, mas se dedicou mais ao jornalismo. Célia é, além de
jornalista, escritora e poeta, atualmente muito reconhecida em Portugal. Ela
tem há muitos anos, um blog na internet, "Vida em Plenitude", que
pode ser acessado através desta minha página.
“Oriente e Ocidente são duas metades que se juntam e
se integram, hoje de forma maior e mais participada. Porém essa integração
começou há muitos séculos atrás, segundo os registros culturais e artísticos de
vários pesquisadores. Entre eles, a artista Maria Helena Andrés, que traduziu
suas pesquisas sobre o barroco, os hábitos e os costumes do oriente e ocidente,
especialmente representados pelo Brasil e a Índia, da forma mais viva e
perfeita , isto é, dentro de sua arte.
Viajando várias vezes para a Índia e Goa, Maria Helena estudou e
captou a semelhança nas estruturas básicas da cultura brasileira e indiana,
sobretudo. E dessa pesquisa nasceu um belíssimo livro onde há a amostragem
pictórica de tradições, de folclore, de música, de hábitos, etc, numa sucessão
de pranchas coloridas e artísticas. Verdadeiros painéis de integração Brasil-
Índia.
Maria Helena teve, na elaboração do livro, a ajuda
eficiente e valiosa de sua filha, também artista Eliana Andrés – também ela com
uma longa estada na Índia.
O livro, além da apresentação, é todo ele montado em
pranchas próprias para serem aproveitadas em belíssimos quadros. São trabalhos
feitos em momentos de inspirada e feliz criatividade da artista. Eles fazem um
paralelo, mostrando na parte superior do desenho a cena brasileira e no espaço
inferior uma equivalente cena indiana.
As pranchas começam mostrando os veleiros
portugueses que tomaram o caminho das Índias e das Américas e fizeram um
importante contato, por certo não o primeiro. Vêm em seguida, cenas típicas,
festas folclóricas, o Boi- Bumbá, os festejos do interior da Índia; as
procissões devocionais, com o povo aqui levando imagens cristãs e lá divindades
do hinduísmo.
Ou a Igrejinha do “Ó” com seu telhado chinês e os
profetas de Congonhas com turbantes orientais.
Também nova semelhança no artesanato. O trabalho dos
cesteiros como uma grande mandala no centro da prancha, mostra acima e abaixo o
povo diligente e criativo trabalhando ao ar livre. Ou ainda as cerâmicas de
forma muito parecida no artesanato popular.
E o livro é, assim, todo ele um desdobramento de
colorido, sensibilidade e, sobretudo,
profunda pesquisa do que se cultiva, se cria, se crê e se cultua em nossa terra
e na longínqua Índia.
Cada prancha é toda uma história, um aprendizado,
uma beleza nova, valorizada pela explosão do colorido que, nas duas terras, é
intenso e vive, além do desenho preciso de uma artista tarimbada e consagrada.
Maria Helena não se esqueceu de observar também a música, o ritmo, os tambores
e as toadas populares que soam familiares, segundo ela, aos ouvidos
brasileiros.
O livro é todo uma obra de arte e Maria Helena o
apresenta bem quando diz, logo no início:
“Sentindo as semelhanças existentes entre os povos e
os contrastes gerados pelas diversas culturas, observando como essas culturas
se comunicam , começamos a perceber que os seres humanos pertencem realmente a
uma só e única família. Há razões desconhecidas que promovem semelhanças entre
povos muitas vezes distantes, como a Índia e o Brasil. As terras parecem irmãs.
Quando estivemos no vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, pudemos sentir, a
cada instante, um elo ligando as duas culturas, na dança, na música, nos
desafios cantados, no artesanato, na organização familiar e nas festas
populares
“Maria Helena Andrés é uma artista do presente, isto
é, faz de sua arte integração e compreensão entre os povos, ela ensina unidade
e fraternidade através de sua forma de expressão: a pintura e o desenho, e faz
isso sem qualquer preocupação de vaidade, personalismo ou visão comercial.”
(Célia Laborne Tavares, Estado de Minas, 22/12/1984)
*Fotos de arquivo
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quarta-feira, 17 de setembro de 2014
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
ECOLOGIZAR O BANCO DO BRICS
Aconteceu recentemente um encontro dos BRICS em Fortaleza,
ocasião em que foi criado o Banco de Desenvolvimento do BRICS. Recebi de
Maurício Andrés Ribeiro o texto abaixo sobre a necessidade de se ecologizar a
economia.
“Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul constituem o BRICS, o grupo dos cinco maiores
países emergentes. Juntos, esses cinco
países têm 40% da população mundial e cobrem 23% das terras do planeta.
Em julho de 2014, eles se reuniram em Fortaleza e decidiram
criar o banco de desenvolvimento do BRICS, um projeto unificador entre esses
cinco países.
Bancos de desenvolvimento direcionam recursos para investimentos
e canalizam fluxos de capital para os projetos aprovados.Assim, o Banco
Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o BNDES, entre outros
concederam crédito para projetos necessários. Entretanto, foram alvo de críticas
por parte de organizações da sociedade, por terem financiado projetos social eambientalmente
questionáveis.
Os Princípios do
Equador, propostos em 2003 pela Corporação Financeira Internacional
(IFC), vinculada ao Banco Mundial, estabeleceram diretrizes sociais e
ambientais para as instituições bancárias. Naquele mesmo ano, a Declaração de
Collevecchio, apoiada por organizações da sociedade civil, ressaltou a
importância das instituições financeiras assumirem compromissos com a prevenção de impactos das atividades que
financiam, com a transparência das informações, com a prestação de contas à
sociedade. Ressaltou-se a necessidade de se repensar a missão dos bancos e a
urgência de que eles renunciem a oportunidades de negócios que sejam social ou
ambientalmente destrutivas.
Bancos de desenvolvimento precisam ter missão, mandato e orientação políticaclaramente
definidos pelas sociedades que os instituíram.
A espécie humana já domesticou animais e usou sua força. Já
domesticou vegetais e se alimentou com eles. Já canalizou a força das águas
para produzir energia, para matar sua sede e irrigar as plantações. Colocou a seu serviço as energias de todo tipo, fósseis e
renováveis.No contexto da crise ecológica e
climática planetária, é um desafio ecologizar o capital, pois, caso seja
deixado livre e sem regulação, sua força, como a das águas, pode ser
destrutiva. É preciso
colocar a força do capital a serviço do bem estar humano e da saúde
ambiental.
Assim, por exemplo, o banco do BRICS poderia
inovar na utilização de indicadores de sustentabilidade para orientar suas
operações e direcionar suas ações no sentido de reduzir injustiças equalizando
as pegadas ecológicas per capita dos habitantes dos países que o criaram.
O banco do BRICS poderia atuar como um laboratório para
experimentar esse modo de lidar com o capital,realizando
suas operações de crédito de forma sintonizada com uma visão ecologizada. Ele opera com 50 bilhões de dólares, recursos modestos se comparados com os
trilhões de dólares do capital circulante no mundo. Entretanto,essa poderia ser uma oportunidade para testar um novo modo de
relacionamento com o capital. Sendo exitoso, poderia servir como exemplo e
referência para regular os fluxos de capitais, colocando-os a serviço do bem
estar e da saúde humana e ambiental.”
( Maurício Andrés Ribeiro, autor
dos livros Ecologizar, Tesouros da Índia e Meio Ambiente &Evolução Humana. www.ecologizar.com.br e ecologizar@gmail.com)
*Fotos
de arquivo
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