Joana Ribeiro e Marito Olsson-Forsberg se encontraram em 2005 em Paris. Ela , mineira, nascida na Bélgica e ele na Suécia, foram se esbarrar no Departamento de Dança, da Universidade de Paris-8, na França, onde desenvolviam, respectivamente, pesquisas sobre o coreógrafo Klauss Vianna (1928-1992) e o tango argentino. Da sala de aula para as salas de ensaio foi um pulo, e o primeiro trabalho criado foi o duo de dança Sinapse, apresentado no 3º Festival de Inverno de Entre Rios de Minas, em 2009.
Sinapse surgiu do desejo de levar a dança contemporânea para as ruas, viabilizando sua apresentação para um público eclético. Com base na manipulação de objetos, na mímica e nas danças populares, representa os três tempos de uma relação amorosa: o encontro, a maturidade e a transcendência. A trilha sonora é composta por músicas de Rossini, Naná Vasconcelos, Machito e Fá do Tuiuti. Mais do que uma representação típica da cultura brasileira, Sinapse procura retratar um tipo ingênuo e uma mulher cosmopolita, arquétipos reconhecidos tanto no Brasil, quanto no estrangeiro, facilitando a recepção desta dança, em países como Suécia, França e Cuba.
O segundo projeto que Joana & Marito vem desenvolvendo desde 2005 é o Cabaré Satie – uma montagem para o público infanto-juvenil inspirada nas peças do compositor Erik Satie (1866-1925). O clima remete aos cabarés parisienses, como o Chat Noir (Gato Negro) em que Satie costumava tocar piano. Através de esquetes, armadas como quadros-mecânicos de uma caixinha musical, o espetáculo compõe um delicado recital dançante, sempre com a participação de um pianista convidado. Cabaré Satie já foi apresentado em Paris, na Suécia e no Rio de Janeiro.
O projeto que desenvolvem no momento é CANGAS, um jogo coreográfico inspirado nas cangas que colorem as praias cariocas. É um trabalho que utiliza 60 cangas com diversas estampas através de procedimentos de performance. Três ações básicas servem de mote para a dança: a imagem estampada, a canga como objeto de vestir e a relação do tecido com o ar. Dispostas no chão, como cartas de um baralho, num dispositivo similar àquele utilizado pelos vendedores ambulantes nas praias cariocas, as cangas formam um grande tapete, como um mosaico de estímulos para a dança a ser criada. O projeto CANGAS já foi levado para a UNIRIO, onde Joana leciona no curso de teatro; e na Suécia, onde foi encenado pelos bailarinos da cooperativa Rörelsen (http://www.rorelsen.com/), fundada por Marito. Ah, a palavra sueca rörelsen significa “movimento” em português.
Casados desde 2008, Joana & Marito lecionam dança e análise do movimento na Escola e Faculdade Angel Vianna e na Escola de Teatro da UNIRIO (RJ/Brasil), na Universidade de Paris-8 (França) e em Malmö (Suécia), além de atuarem no teatro como preparadores corporais. Buscam, nesse sentido, desenvolver suas trajetórias em três vertentes: a criação artística, o ensino e a pesquisa, buscando produzir novas sinapses (conexão entre dois neurônios que propaga impulsos nervosos) em dança.
*Fotos de Marito Olsson-Forsberg, Markus Kinnunen e Imre Szbrik
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