quarta-feira, 15 de junho de 2011

AVENIDA CANADÁ, CAMINHO DAS ARTES

O artista é um fruto de sua época. Naturalmente, vivendo e participando das experiências de seu tempo, ele transmitirá a inquietação do mundo em seus trabalhos. Não será nunca um retrógrado, um porta-voz de seus antepassados.

Ele é a síntese de seus contemporâneos e, justamente por viver e sofrer os problemas da vida moderna, espontaneamente, sem que ninguém lhe imponha, ele se manifestará, também, de um modo atual correspondente aos avanços da civilização. Ele tem a possibilidade, que outros não tiveram, de estar a par de tudo o que se passa na Europa, na Ásia, na África e nas Américas, de todas as notícias do que se faz de mais avançado no mundo. Isto de certo modo o modifica, torna-o mais universal.
Fazemos parte da humanidade toda, de um modo muito mais vivo que os homens de antigamente, que ignoravam, por completo, os acontecimentos do resto do mundo.

Devido às novas tecnologias, os artistas, que antes viviam retirados nas montanhas podem participar ativamente dos movimentos culturais de qualquer parte do planeta. Um exemplo disto é o dinamismo de 3 galerias localizadas em grandes galpões na  Avenida Canadá, no bairro Jardim Canadá. Este corredor cultural já foi denominado “Caminho das Artes”, por sua localização na estrada que liga Belo Horizonte a Inhotim, um dos centros de Arte Contemporânea mais reconhecidos do planeta.

O corredor cultural começa na Galeria Lemos de Sá, que possui um acervo escolhido de artistas, com ênfase no trabalho de Amílcar de Castro. Todos os sábados pela manhã, Beatriz, a dona da galeria, abre os imensos portões para um encontro com as pessoas interessadas num bate papo cultural. Beatriz chegou recentemente de 2 feiras de arte, uma em São Paulo e outra em Buenos Aires, para onde levou um acervo selecionado de obras de artistas mineiros.
No dia 28 de maio, uma outra galeria abriu suas portas. Hamilton Aguiar me convidou a participar desta primeira exposição, onde pude ver meus quadros sendo reproduzidos de forma gráfica. Hamilton veio dos Estados Unidos, onde residiu por 20 anos. É artista plástico e tem contatos importantes no exterior. Sua presença neste “Caminho das Artes” é de grande importância para a divulgação de nossos artistas. Na inauguração escutamos as palavras de Hamilton e da fotógrafa Heloisa Oliveira, que expôs fotos do Butão. Ambos tiveram grande experiência fora do Brasil e isto também é um enriquecimento para todos nós. Em junho ele participará de uma exposição em Nova York, levando também obras de artistas mineiros. No dia 9 de junho ele inaugurou uma exposição no Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte.

À tarde, na mesma Avenida Canadá, artistas jovens contemporâneos se reuniram no JACA (Centro de Arte Contemporânea) situado no mesmo quarteirão das duas outras galerias. A proposta do JACA é trazer artistas de fora para ali fixarem residência por 2 meses, desenvolvendo trabalhos inéditos que aproximam os povos através da arte. Frequentemente suas portas se abrem para estudos e palestras culturais. Dirigido por Francisca Caporali, o JACA foi todo enfeitado de bandeirinhas coloridas, para festejar o aniversário de seu filho Gabriel, meu bisneto de 2 anos. As crianças que ali estiveram  são filhos de artistas e estavam se divertindo com os balões e os pula- pulas.


A arte nos remete à nossa própria infância. As melhores lembranças que eu tenho da minha infância são as festas de aniversário. Elas me conduziram para o caminho das artes.

*Fotos de Marcelo Coelho e Beatriz Lemos de Sá.

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