Uma das características mais pronunciadas da civilização oriental é a busca de uma realidade interior, de um plano espiritual de vida que reúne todas as coisas numa totalidade.
O oriental procura através da religião, da filosofia ou da arte, a integração do homem à natureza e ao cosmos, buscando encontrar além do tempo e do espaço o valor intrínseco das coisas. Para isto serve-se de guias, mestres e filósofos. Alguns renunciam à vida familiar, recolhendo-se às comunidades espiritualistas ou ashrams. Outros aproximam-se da natureza, buscando no silêncio das florestas ou no interior de grutas afastadas a resposta para suas indagações. Há também aqueles que aperfeiçoam-se como chefes de família, transmitindo aos filhos os ensinamentos dos mestres.
Buscam o encontro com o Ser Interno através da meditação e do auto-conhecimento. Essa realidade interna, quando reconhecida, liberta a mente das inquietações provocadas pela agitação do mundo. A tranqüilidade mental, visada por toda a filosofia do Oriente, não conduz à apatia, mas à serenidade do homem superior.
Transcrevo aqui trechos do artigo de Débora Rubin (Revista “Isto É” de 1/12/ 2010) sobre Meditação no Trabalho:
“Tendência na Europa e nos EUA, que criaram até salas para meditar dentro das empresas, a prática se espalha entre profissionais brasileiros.(...) Essa foi a semente para um movimento que só cresce no exterior e já começa a se instalar no Brasil. Grandes executivos e respeitadas corporações perceberam como o ato de meditar pode melhorar a dinâmica dos ambientes corporativos e a vida de cada profissional. Nos EUA e na Europa, por exemplo, é cada vez mais comum as companhias criarem salas de meditação. Algumas equipes fazem até minutos de silêncio antes de uma reunião, como forma de fazer com que os participantes fiquem menos discursivos e mais atentos ao que está sendo discutido. (...) Menos ansiedade, mais concentração, capacidade de lidar com o estresse e com a competitividade. Para a monja Coen, do Zen Budismo, meditar não é ausentar-se, pelo contrário, é desenvolver presença absoluta. (...) Segundo York Stillman, diretor do Centro Shambala, com a mente mais clara há menos desentendimentos, mais opções e mais criatividade. A meditação também ajuda a recuperar o verdadeiro significado do trabalho, a felicidade de servir o outro. É o que prega dom Laurence Freeman, monge beneditino e presidente da Comunidade Mundial de Meditação Cristã. Segundo o religioso, a delicadeza nas relações e a atenção plena aos colegas, clientes e fornecedores deveriam ser a base da vida profissional, mas são atitudes que caíram no desuso conforme a pressa, a competição e o estresse dominaram a cena. Meditar é uma forma de combater os infelizes padrões profissionais do mundo moderno, acredita Freeman. Há mais de 20 anos ele é convidado por grandes empresas para ensinar os funcionários a meditar.”
O estado de meditação pode ser alcançado também em outras situações da vida, como nos momentos de criação artística. Compara-se o artista ao místico. Tanto um quanto outro voltam-se para o infinito, buscando alguma coisa mais que as simples tarefas utilitárias. O místico, no plano sobrenatural, e o artista, no plano natural, estão ligados por uma semelhança que se traduz na ascese, na busca do espiritual. Um procura a vida espiritual, o outro a idéia criadora, mas ambos transcendem o mundo com suas limitações e incertezas. Ambos se inclinam à vida interior, tentando sondar a profundidade de sua própria alma, onde se encontram as verdadeiras riquezas.
Em meados do século XX o monge beneditino Bede Griffiths trouxe para o Cristianismo a meditação baseada nas práticas milenares da Índia. Em seguida, foi inaugurado em Londres um centro de meditação cristã onde a palavra MARANATA que significa o nome de Jesus em aramaico, deve ser repetida durante a meditação*Fotos de Maurício Andrés e da internet
Oi Maria Helena!Que maravilha sua idéia do blog.Será um privilégio ler cada texto e maravilhar com sua arte impar...saudades!Vou ler tudo depois com muito tempo....bjossss nesta linda família talentosa...
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