sábado, 26 de fevereiro de 2011

VIAGENS ESPACIAIS ONTEM E HOJE


As viagens espaciais continuam presentes no imaginário dos artistas.
Percorrendo a exposição de Mariko Mori no ICCBB de Brasília, os objetos aéreos estão pousados na terra e as crianças podem brincar com os extra-terrestres.
Há uma escadinha para se entrar num dos objetos. Lá dentro a pessoa pode se relaxar e, enquanto isto, ver no teto seus pensamentos projetados em formas e cores. São propostas diferentes e realizações diversas sobre o mesmo tema.
“Mariko Mori é um grande nome das artes visuais no Japão com grande relevância no ocidente e expõe no Brasil pela primeira vez, nos CCBBs de Brasília, Rio e São Paulo.
Oneness apresenta obras em grandes dimensões onde a artista funde espiritualidade, fotografia e moda sob uma ótica peculiar que pretende rever e recriar um mundo repleto de referências contemporâneas.
“Um artista vê o mundo, olha para o momento presente, com um ponto de vista único. Minha missão é dividir o que vejo no meu campo de visão. Preciso criar um novo espaço para poder respirar no mundo. Isso vai abrir as portas para um novo futuro”, declara a artista ao enfatizar a necessidade de uma consciência espiritual universal.
Ao unir sua arte com o design de ponta, Mariko usa da tecnologia para transcender valores humanos e levar o fruidor a uma experiência sinestésica, como o que acontece ao adentrar Wave UFO, uma nave espacial de mais de seis toneladas que proporciona uma gama de sensações advindas de recursos que aliam a computação gráfica, animação, ondas cerebrais, som e engenharia arquitetônica e resultam em uma obra mutável em si mesma a partir do olhar do outro. Wave UFO esteve na Bienal de Veneza em 2005 e foi um grande sucesso.
Oneness é a obra que nomeia a exposição e traz figuras confeccionadas em technogel que interagem ao toque do visitante e discute a conectividade como a perda dos limites entre si mesmo e os outros, um dos preceitos budistas mais difundidos que reafirma que o mundo existe como um só elemento. (Curadoria de Nicola Goretti)
Transcircle é uma releitura dos monólitos pré-históricos com nove pedras de vidro coloridas e brilhantes. A mostra apresenta também vídeos, fotografias e desenhos.

Recuo ao passado nos anos de 1969, quando o homem conseguiu pousar na lua pela primeira vez.
Naqueles dias eu inaugurava uma exposição no Rio de Janeiro no Copacabana Palace. Os quadros ali expostos representavam objetos aéreos, vôos espaciais carregando pessoas da Terra para outros planetas. Na época fui entrevistada por vários jornalistas cariocas.
Reescrevo alguns textos publicados na época:
“Uma coleção inteiramente inspirada em foguetes, plataformas espaciais, gigantescas máquinas interplanetárias, marca a nova fase da pintora Maria Helena Andrés, que abandona os barcos e as engrenagens de guerra – suas duas fases anteriores – para ocupar-se de uma temática mais otimista, o quixotismo espacial.”
“Maria Helena Andrés, sobretudo em suas grandes telas, com domínio perfeito da técnica, espatulada, organizada e rítmica, obtém efeitos de grande beleza cromática. São aparentes suas referências dramático-poéticas, de naves naufragadas ou aviões estraçalhados no espaço” (Aracy Amaral, JB, 5/8/69)
“Maria Helena Andrés é uma pintora que, lenta mas conscientemente, avançou por todos os meandros da arte moderna e que, no momento, a “Odisséia do Espaço” também a conquistou e foi incorporada à sua obra.”( José Roberto Teixeira Leite)
“Explorando ainda a fase espacial, imagino um encontro poético do passado com o futuro – Naves espaciais sobrevoando nossas cidades históricas – Denominei esta série de “Encontro no tempo” (Maria Helena Andrés).

Aquela exposição de naves espaciais, marcou o início de minhas buscas no campo da unidade planetária e unidade cósmica. Foi também o início do meu interesse pelas religiões orientais e minhas viagens à Índia. Tomar consciência de que somos Um, é o grande passo a ser conquistado.

A era espacial está sendo anunciada não só pelos artistas, mas também pelos físicos. Stephen Hawking, grande físico inglês, em entrevista ao site Big Think, se diz otimista em relação ao futuro do planeta. “Fizemos muito progresso nos últimos cem anos, mas se quizermos ir além dos próximos cem, o futuro é o espaço”.


*Fotos de Adriana Moura e Maurício Andrés

Visite meu outro blog “Memórias e Viagens” cujo link está nesta página.










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