domingo, 10 de maio de 2009

Maria Ângela Magalhães

As luas, os mastros, os mistérios,
as velas que pretendem voar!
E, no entanto, prendê-las à terra.
Amarrá-las ao concreto e limitado da lã.
O desenho não nasceu somente para ser tapête.
Houve que surpreendê-lo,
mostrando-lhes possibilidades
ocultas.
E, nisto a busca apaixonada
da verdade, de cada forma,
de cada côr,
de cada desejo.
Percorremos, meses a fio,
a larga estrada
que nos levou da ambição
do que nos propusemos,
ao que, realmente, conseguimos.
Dar ao desenho de Maria Helena Andrés,
outra face,
numa outra matéria.

Maria Ângela Magalhães (Texto para uma exposição de Tapeçaria, na Galeria Guignard, Belo Horizonte, década de 60).

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