segunda-feira, 25 de maio de 2009

Encontro com Mestres no Oriente


Oriente - uma visão cósmica

Uma das características mais pronunciadas da civilização oriental é a busca de uma realidade Interior, de um plano espiritual de vida que reúne todas as coisas numa Totalidade.
O oriental procura através da religião, da filosofia ou da arte, a integração do homem à natureza e ao cosmos, buscando encontrar além do tempo e do espaço o valor intrínseco das coisas. Para isto serve-se de guias, mestres e filósofos. Alguns renunciam à vida familiar, recolhendo-se às comunidades espiritualistas ou ashrams. Outros aproximam-se da natureza, buscando no silêncio das florestas ou no interior de grutas afastadas a resposta para suas indagações. Há também aqueles que se aperfeiçoam como chefes de família, transmitindo aos filhos os ensinamentos dos mestres.
Buscam o encontro com o Ser Interno através da meditação e do auto-conhecimento. Essa realidade interna quando reconhecida liberta a mente das inquietações provocadas pela agitação do mundo. A tranqüilidade mental, visada por toda a filosofia do Oriente, não conduz à apatia, mas à serenidade do homem superior.



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O homem realmente integrado é aquele que se liberta não somente do conforto material, mas também da ambição, egoísmo, inveja, ciúme e todos os impulsos negativos que encobrem a Realidade Interna. Para nós, ocidentais, acostumados ao progresso material, à concorrência e à competição, essa atitude nos parece estranha e profundamente apática. No entanto, ela nos desperta para outros aspectos da vida e nos mostra o caminho aberto a um progresso necessário ao equilíbrio do homem do século XXI: o progresso espiritual e a redescoberta da nossa origem Divina.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Homenagem à Maria Ângela Magalhães


Maria Ângela Magalhães foi uma grande amiga que tive a felicidade de conhecer em vida.

Éramos primas duas vezes e tínhamos grande afinidade não só na arte, como na maneira de pensar.

Na década de 60,experimentamos pela primeira vez uma parceria na arte,eu desenhava pequenos projetos em pastel e ela,com sua equipe,executava a tapeçaria.

Trabalhamos juntas durante muito tempo.Ângela tinha uma sensibilidade extraordinária para transportar para o bordado o que eu desenhava no papel.

As cores ganhavam formas, matizes, relevos, tudo isto realizado por bordadeiras eficientes,algumas tendo de se deslocar de Niterói até o Rio.

As três tapeçarias da Igreja de Nossa Senhora de Copacabana atravessaram a Baia de Guanabara várias vezes.

Ângela marcava os pontos, tingia as lãs, ensinava os matizes e nuances.

Trabalhar com Ângela foi para mim uma experiência rara. Além de sermos muito amigas tínhamos também uma comunicação através de sensibilidades semelhantes.

Ângela respondia positivamente ao que eu estava necessitando no momento exato. As tapeçarias de N.Senhora de Copacabana mobilizaram a minha primeira grande viagem à Índia.

Eu havia perdido o meu marido e buscava obter recursos através do meu trabalho para me ausentar do país. Foi quando recebi um telefonema de Ângela: “Helena, o cardeal não concordou com o fato de você doar gratuitamente o seu trabalho. O cheque destinado à você dá para pagar a sua viagem ao oriente...”

Agradeço ao cardeal, à Ângela e às bordadeiras esta oportunidade de realizar outros trabalhos do outro lado do mundo. Foi nesta viagem que desenhei o livro “Pepedro nos caminhos da Índia”.

domingo, 10 de maio de 2009

Maria Ângela Magalhães

As luas, os mastros, os mistérios,
as velas que pretendem voar!
E, no entanto, prendê-las à terra.
Amarrá-las ao concreto e limitado da lã.
O desenho não nasceu somente para ser tapête.
Houve que surpreendê-lo,
mostrando-lhes possibilidades
ocultas.
E, nisto a busca apaixonada
da verdade, de cada forma,
de cada côr,
de cada desejo.
Percorremos, meses a fio,
a larga estrada
que nos levou da ambição
do que nos propusemos,
ao que, realmente, conseguimos.
Dar ao desenho de Maria Helena Andrés,
outra face,
numa outra matéria.

Maria Ângela Magalhães (Texto para uma exposição de Tapeçaria, na Galeria Guignard, Belo Horizonte, década de 60).