A escola de Belas Artes Guignard, situada no bairro Mangabeiras, aos pés da Serra do Curral, tomou no momento um visual majestoso: escadarias, salões, salas envidraçadas e um imenso pátio onde os jovens se encontram e trocam idéias.
Adequada à contemporaneidade, a escola continua a ser ponto de encontro de ações criativas.
Dia 14 de abril foi inaugurado o acervo de papéis antigos do mestre Guignard: cartas, documentos oficiais, rascunhos de aula, desenhos e fotos da época.
Este acervo afetivo – cultural está sendo colocado à mostra no grande Salão de Exposições da escola.
Alguns ex-alunos foram convidados a prestarem depoimentos. Éramos sete convidados, cada um representando a sua época, mas unidos pelo mesmo fio condutor que impulsionou o ensino de arte em Minas. Naquela ocasião (década de 40), a escola foi considerada pelo grande artista Portinari como a melhor escola do Brasil.
Foi emocionante a espontaneidade dos depoimentos. Quando um de nós terminava a sua fala, o outro dava continuidade, focalizando novos aspectos. Lembramos o passado cheio de lutas e quase sufocado pela falta de recursos econômicos (em 1965 a escola esteve a beira de ser fechada, mas os ex alunos imediatamente se prontificaram a trabalhar de graça até que a escola se estruturasse), todos tínhamos à frente como bandeira a chama de entusiasmo iniciada por Guignard.
Observou-se que cada aluno ali presente seguira o seu próprio caminho, sem se prender ao estilo do mestre. Isso veio testemunhar o respeito que Guignard tinha pela individualidade e expressão artística de seus alunos.
Testemunhamos a ênfase dada pelo mestre ao desenho como fundamento de todas as artes plásticas. Conquistava-se a disciplina no desenho de observação feito com lápis duro, e a liberdade nos croquis rápidos, que buscavam a essência do movimento e da forma.
Esses dois fatores contribuíram para o nosso desenvolvimento nos caminhos da arte.
Considero de grande importância esse encontro de gerações, pois é através do depoimento das gerações anteriores que se pode compreender o caminho percorrido e o seu resultado no presente.
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