Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
sábado, 19 de dezembro de 2020
EULER DE SALLES COELHO E O SILÊNCIO DA MEDITAÇÃO
Vejo as fotos da Matriz da Boa Viagem completamente restaurada, uma imagem do que ela foi no passado para todos nós e vou revivendo também o meu passado naquela igreja.
As memórias me trazem de volta a figura
profundamente religiosa do meu pai, Euler de Salles Coelho, assíduo frequentador
da Boa Viagem e adorador do Santíssimo Sacramento. Papai tinha dia e hora para
sua meditação junto ao Santíssimo Sacramento, ali ficava em oração, pedindo
pelos filhos e por todo o Brasil.
Eu, algumas vezes, o acompanhava e aquele ambiente
de paz e silêncio me fazia muito bem.
Todas as formas de meditação nos conduzem para o
encontro com o terreno, com aquilo que não se perde no tempo.
Papai havia deixado a política, sua busca interior
procurou refúgio naquela meditação silenciosa que fazia todas as semanas na
igreja da Boa Viagem.
Hoje vejo a igreja, resplandecente nas fotos
divulgadas pela internet e fico pensando no meu pai e na sua profunda ligação
com a Igreja Católica.
Esta inclinação para os aspectos transcendentais da
existência, ele conseguiu transmitir para todos nós, e o seu exemplo foi
marcante sem exigir que nenhum o seguisse.
Agora, a beleza da igreja que ele frequentava nos
traz de volta a figura do pai e momentos de paz e recolhimento.
Papai também se envolvia em outros aspectos mais
participativos da religião católica, frequentava a Irmandade do Carmo e
desfilava nas procissões vestido com o hábito marrom dos Carmelitas.
Um episódio interessante ocorreu quando ele
desfilava pelas ruas, acompanhando a procissão.
De repente uma moça rompeu a procissão para pedir a
benção ao padre.
Olhou para cima e exclamou admirada: “É o Dr Euler!”
A moça era a empregada da nossa casa.
*FOTOS DE ARQUIVO E DA INTERNET
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CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
domingo, 6 de dezembro de 2020
A ÁGUA FALA, UMA ENTREVISTA II
Dando continuidade à entrevista concedida por Maurício Andrés para a Revista Planetapontocom, transcrevo o texto abaixo:
“Para
saber mais sobre o processo de criação do livro A água fala, entrevistamos o
escritor Maurício Andrés, um dos autores do livro. Leia abaixo:
Revistapontocom – Quais fatores motivaram a
criação do livro A água fala?
Maurício
Andrés – para as
próximas gerações será cada vez mais vital ter não apenas conhecimento
especializado, mas uma consciência holística e integral sobre a água. Motivados
por isso escrevemos o livro A água fala na primeira pessoa do singular, como se
a narrativa fosse feita pela própria água.
Revistapontocom – Qual o público-alvo do
livro?
Maurício
Andrés – a obra
é dirigida aos jovens, numa linguagem sintética e poética, permeada por
ilustrações da artista Maria Helena Andrés.
Revistapontocom – Quando começou o projeto?
Maurício
Andrés – o
projeto de criação do título começou há mais de dez anos, enquanto trabalhei
profissional e institucionalmente com o tema da água e senti necessidade de
transmitir esse conhecimento numa linguagem comunicativa para promover a
hidroconsciencia e dissolver a hidroalienação.
Revistapontocom – Quais os pilares da
narrativa?
Maurício
Andrés – as
cinco partes do livro tratam de vários aspectos da água: seu movimento no
cosmos e no ambiente; sua importância como substância em que se origina a vida;
sua importância nas culturas e nas artes; seus múltiplos usos e os conflitos
entre usuários quando ela escasseia; e os modos de gerir e compartilhar a água
para que ela esteja disponível a todos os que dela necessitam. Além disso, o
livro apresenta um glossário com palavras importantes no universo da água e
perguntas voltadas para uma leitura dirigida, além de exercícios para
atividades escolares.
Revistapontocom – Quais as principais
fontes de pesquisa para o desenvolvimento do livro?
Maurício
Andrés – a minha
vivência e experiência durante mais de uma década numa instituição que cuida
das águas, hoje chamada de Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, me
colocou em contato com especialistas de várias formações disciplinares e
acadêmicas altamente qualificados e com publicações, eventos e estudos técnicos
e científicos que foram fontes valiosas para ampliar meu aprendizado
sobre esse tema fascinante. Complementei esses conhecimentos com pesquisas no
campo da agenda cultural das águas e sua presença na história das civilizações
humanas.
Revistapontocom – Como os autores se
dividiram para construção do roteiro?
Maurício
Andrés – O
roteiro foi concebido por mim, que elaborei o texto base. Em seguida, Aparecida
adaptou esse texto base para uma linguagem poética e sintética a fim de
facilitar sua comunicação com o público jovem e com os leitores, em geral. Por
fim, Maria Helena criou as cerca de cem ilustrações correspondentes a cada
segmento do texto.
Revistapontocom – Qual mensagem o livro
quer passar e por quê?
Maurício
Andrés – o livro
quer passar para os jovens uma mensagem sobre a importância de conhecer bem a
água, elemento vital e essencial que precisará ser cada vez mais bem gerenciado
e cuidado, para que não falte a todos aqueles que dela precisam em suas vidas.
Sobre os
autores
Maria Helena Andrés é artista plástica, arte-educadora e escritora. Foi uma
das primeiras alunas do pintor e artista plástico francês Alberto da Veiga
Guignard. Premiada em vários salões e bienais, expôs na França, Itália, no
Chile, nos Estados Unidos e tem obras em museus no Brasil, na Espanha e nos
Estados Unidos. Fez inúmeras viagens de estudos à Índia. Escreveu vários livros
(Vivência e Arte; Encontros com mestres no Oriente; Oriente-Ocidente –
integração de culturas; Os Caminhos da Arte) e ilustrou outros tantos (escritos
por Pierre Weil, Marco Antonio Coelho, Aparecida Andrés). Publica artigos e
textos sobre artes, sua vida de artista e suas memórias e viagens nos blogshttp://mariahelenaandres.blogspot.com/
http://memoriaseviagensmha.blogspot.com/
Aparecida
Andrés é graduada e mestre em Filosofia, cursou o mestrado em Ciência Política
e é médica. Foi professora de Filosofia, pró-reitora de Extensão na UFMG e
Consultora Legislativa na Câmara dos Deputados. Escreveu o livro
infanto-juvenil Pepedro nos caminhos da Índia, que narra as viagens de um
menino brasileiro àquele país. Tem vários artigos e textos acadêmicos e
literários publicados.
Maurício
Andrés é arquiteto, fotógrafo e escritor. Escreveu vários livros sobre Ecologia
e sobre a Índia. Foi gestor ambiental em Belo Horizonte e no Estado de
Minas Gerais. Em Brasília foi diretor do Ministério do Meio Ambiente e
conselheiro no Conselho Nacional de Meio Ambiente e no Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, assessor na Agência Nacional de Águas e palestrante no
Programa de Pós -Graduação em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos
Hídricos- ProfÁgua. Participa de ONGs pela paz e pelo federalismo mundial.
Publica no blog http://ecologizar.blogspot.com/
Ficha
técnica:
Edição: Instituto Maria Helena Andrés
Produção Editorial: Maurício Andrés
Revisão: Aparecida Andrés
Layout e capa: João Diniz
Primeira edição publicada em português, inglês e francês e italiano em 2020
Copyright
Instituto Maria Helena Andrés – toda a receita desse livro é destinada ao Instituto Maria Helena Andrés, para atividades no campo da arte e do
desenvolvimento humano.
Link para
o livro A água fala. em português:
Link para o livro Water Speaks. em inglês
Tradução
de Jane Roberta Lube.
Link para
o livro L’eau parle em francês
Tradução
de Anne-Sophie de Pontbriand Vieira.
Link para
o livro L’acqua parla em italiano:
Tradução
de Giorgio De Antoni – revisão de Alberto Sica.”
*Fotos de
arquivo
*Ilustrações
de Maria Helena Andrés
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