segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019


A DESTRUIÇÃO DE MINAS GERAIS



Segue abaixo o meu protesto sobre a destruição do estado de Minas Gerais.

LAMA E LARVA
No passado, o vulcão Etna
Petrificou a cidade de Pompeia, na Itália
Com seu banho de larvas incandescentes.
Hoje, em Brumadinho,
Um banho de rejeitos de ferro
Encobre e mata todo ser vivo
Que encontra pela frente.
A lama engole o povo
Casas, parques, plantações
Vacas, árvores arrastadas
Pela avalanche.
Bestas apocalípticas
Vão engolindo tudo
E o vermelho da morte
Desce as encostas.
Cenas aterradoras, dramáticas
Um filme de terror.
A quem atribuir a culpa?
Vale a pena tanta ganância?
Vale a pena o lucro material
Para satisfazer o consumo?
Vale a pena destruir paisagens,
Matar rios, riachos, sufocar os peixes?
Vale a pena o sacrifício dos inocentes
Em benefício de poucos?
Vale a pena este genocídio?
A resposta não chegará tão cedo
Porque tudo é lama!

A LAMA E A LUA
Nosso grito vem de longe
Dos primeiros habitantes,
Da busca das esmeraldas,
Dos diamantes e do ouro.
Quantos morreram em Minas
Pela ganância de outros?
Hoje, na era do ferro
Vivemos o Apocalipse.
Máquinas destruidoras
Sobem montanhas
E vão engolindo tudo
Que encontram pelo caminho.
A terra se transforma
Em paisagem lunar.
Será que a superfície da lua
Algum dia foi também
Destruída pelas máquinas?

*Fotos da internet

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019


ENSEMBLE, UM GRUPO MUSICAL


 Desci do Retiro das Pedras, num sábado, para assistir o grupo do Artur, denominado “Ensemble” se apresentar no CCBB de Belo Horizonte.

Acompanhei desde o início a formação do grupo. Artur Andrés, Regina Amaral e Alexandre Andrés formaram um conjunto sólido, unidos pelos laços familiares e artísticos. O trio foi enriquecido com outros músicos, todos jovens. São eles Natália Mitre, José Henrique Soares e Bruno Veloso. 

No repertório: Templo Grego, Arrumação, Sinfonia das goteiras, Alnitak, Infinito, Menino, Vales e montanhas, Meditação, Meditação III e Aldebaran.  Há uma harmonia muito grande entre os integrantes deste conjunto. 

O Ensemble surgiu das montanhas, das terras sofridas de Minas Gerais. Seus integrantes se reuniram num estúdio rural, para um trabalho sério, onde a música erudita ocupa um espaço central. Artur, dirigente do grupo e seu principal compositor, destacou-se durante 37 anos como o flautista do grupo UAKTI, juntamente com a pianista Regina Amaral, sua esposa.

Com o encerramento do grupo UAKTI, Artur se recolheu por algum tempo. Mas sua voz interior o chamava para dar continuidade ao seu trabalho. “Seu caminho é a música. Vá em frente!”

Esta voz interna é aquela que sempre nos chama nos momentos de incerteza. Ela nos mostra que o importante é a descoberta de nós mesmos. Refletindo sobre a arte como um caminho de desenvolvimento interno, podemos considerar a percussão como um chamado de nossos antepassados indígenas e africanos, marcando o compasso da terra. A flauta é o instrumento que nos chama para o alto, para níveis superiores.

Estamos na terra, mas o nosso caminho é a realização da nossa unidade com o cosmos. As duas flautas, tocadas por Artur e Alexandre, seu filho, nos conscientizam de que pertencemos a este universo de estrelas. São chamados vindos do alto.

Para o Ensemble, Artur criou “Aldebaram”, em homenagem a uma estrela com este nome. Aldebaram brilha entre duas constelações e seu brilho é mais intenso que o sol. Ensemble nos mostra também a força da energia dos jovens, aliada à experiência dos mais velhos.

Ali, no teatro do CCBB, assistimos a perfeita integração da energia com a sabedoria, que proporcionou um equilíbrio perfeito entre as gerações.

Agradeço ao meu filho Artur a homenagem que me prestou e a música que me dedicou, aplaudida com entusiasmo pela plateia.

À todos os componentes do grupo Ensemble, o meu agradecimento. Que continuem elevando as vibrações para o alto. É o que desejo, de coração.

*Fotos da internet

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019


A LAMA


Diante do impacto da tragédia em Brumadinho,  o médico e poeta Carlos Starling criou com muita sensibilidade, um poema sobre a lama, que transcrevo abaixo.

A LAMA

Escorre e engole,
Gente
Bicho
Rios
Sonhos.
A lama nasce da gente,
É gente.
 Lama não ama.
Mora na semente,
Essência,
Dividendos da ilusão...
Depura-se a alma mineral,
Decanta-se o cinismo
do olhar piedoso.
Lagrimas de lama,
Cegam a tragédia
iminente.
Desaparecem:
-gente
-bichos
-rios
- sonhos...
Sobram:
- Lama
- cínica sílica
-essência...
Barro,
Lama a evoluir,
Nós...
A Lama aprendendo a
amar...

Carlos Starling
27/01/2019
*Fotos da internet
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019