segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

ARTE NO COTIDIANO


Na zona rural, o aproveitamento de objetos para outra finalidade é comum. Assim, uma banheira daquelas antigas, pode se transformar em bebedouro para o gado. Já vi muitas vacas bebendo água nas banheiras e fiquei pensando: as madames de antigamente já tomaram seus banhos, depois as banheiras caíram em desuso, agora estão matando a sede das vacas.

Uma das características mais positivas da arte contemporânea é a sua profunda ligação com o cotidiano e com a vida.

É o mundo interno do ser humano que precisa vir à tona e ser conscientizado.

No Oriente esta conscientização é feita através da meditação e do autoconhecimento.

No Ocidente a ação criadora das artes promove a abertura de consciência e o crescimento interno.

A inteligência emocional se expressa de forma espontânea, nas obras de arte ligadas à emoção – expressionismo, fovismo, abstracionismo, ora lírico, ora informal e violento, trágico ou pessimista.

A inteligência mental se organiza nas composições concretistas, construtivistas, cubistas, etc.

Foi necessário um esvaziamento de todas as tendências para que a arte chegasse até o cotidiano.

Foi preciso a dessacralização dos ícones e a quebra do mito do artista.

Para descer ao cotidiano, a arte teve de abrir mão do seu caráter elitista.

Qualquer objeto, por mais vulgar que seja, tem a sua própria dignidade e nas mãos do artista pode ganhar novas formas.

Escutei o depoimento de uma professora: meus alunos ficaram radiantes diante de uma exposição contemporânea. “Podemos criar com latinhas, caixotes, isso nós temos em casa...”

Hélio Oiticica uniu sua energia de criatividade a um bloco carnavalesco.

Quando a arte se dessacraliza e se confunde com a vida, já não pode mais ser analisada nos termos tradicionais de arte, ela é a própria vida se manifestando.

*Fotos da internet

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