segunda-feira, 17 de dezembro de 2018


A FLAUTA DE ALEXANDRE


Seguimos
Pela estrada
Mandando
Mensagens
Telepáticas
Para os carros
Andarem
Mais rápido.

Chovia devagarinho
Molhando os vidros
Do carro.
Em nossa frente
Uma fileira
De luzes
Vermelhas acesas
Dentro da neblina.
Chegamos com
Algum atraso na
Universidade.
Ali estava
Meu neto
Alexandre
No meio do
Palco.
Tocando uma peça
De Mozart.

Me lembro do
Alexandre
Aos doze anos.
Tocando Mozart
Junto com Artur
Seu pai.
Foi na casa de
Marília
No meu aniversário.
Empolgou a plateia
Com sua flauta
Em duo com o
Pai.

Os dois me acompanham
Nas exposições
E nos grandes eventos
De minha vida.
Sempre a flauta
Elevando as vibrações
Para o alto
Como um gorjeio
De pássaros.

No momento
Alexandre
Está sozinho
No palco circular
Da Universidade.
O concerto é uma
Prova de doutorado.
Foi realmente emocionante
Sentir o neto
Trazendo energia positiva
Para a plateia.
E se preparando
Para ser doutor...

*Fotos de arquivo

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018


ARTE NO COTIDIANO


Na zona rural, o aproveitamento de objetos para outra finalidade é comum. Assim, uma banheira daquelas antigas, pode se transformar em bebedouro para o gado. Já vi muitas vacas bebendo água nas banheiras e fiquei pensando: as madames de antigamente já tomaram seus banhos, depois as banheiras caíram em desuso, agora estão matando a sede das vacas.

Uma das características mais positivas da arte contemporânea é a sua profunda ligação com o cotidiano e com a vida.

É o mundo interno do ser humano que precisa vir à tona e ser conscientizado.

No Oriente esta conscientização é feita através da meditação e do autoconhecimento.

No Ocidente a ação criadora das artes promove a abertura de consciência e o crescimento interno.

A inteligência emocional se expressa de forma espontânea, nas obras de arte ligadas à emoção – expressionismo, fovismo, abstracionismo, ora lírico, ora informal e violento, trágico ou pessimista.

A inteligência mental se organiza nas composições concretistas, construtivistas, cubistas, etc.

Foi necessário um esvaziamento de todas as tendências para que a arte chegasse até o cotidiano.

Foi preciso a dessacralização dos ícones e a quebra do mito do artista.

Para descer ao cotidiano, a arte teve de abrir mão do seu caráter elitista.

Qualquer objeto, por mais vulgar que seja, tem a sua própria dignidade e nas mãos do artista pode ganhar novas formas.

Escutei o depoimento de uma professora: meus alunos ficaram radiantes diante de uma exposição contemporânea. “Podemos criar com latinhas, caixotes, isso nós temos em casa...”

Hélio Oiticica uniu sua energia de criatividade a um bloco carnavalesco.

Quando a arte se dessacraliza e se confunde com a vida, já não pode mais ser analisada nos termos tradicionais de arte, ela é a própria vida se manifestando.

*Fotos da internet

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