Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
PAINEL EM AZULEJO NA ERMIDA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE EM CAETÉ I
Quando
Frei Rosário me procurou em Belo Horizonte para realizar os painéis das capelas
da ermida de Nossa Senhora da Piedade, eu acabava de escrever um capítulo para
meu livro Os caminhos
da Arte relacionando os hinos védicos com o canto gregoriano. Meu
trabalho estava voltado para a integração do Oriente com o Ocidente através da
música religiosa.
Na capela do Sagrado Coração de
Jesus na Ermida de Nossa Senhora da Piedade em Caeté escolhi a forma circular
da mandala, com a figura de Cristo ao centro trazendo luz e sabedoria para o
mundo.
Mandala significa círculo em sânscrito. Universalmente a mandala é símbolo da integração e da harmonia. Significa também a concentração de energia, o universo, a procura da paz interior. A cor azul simboliza a sabedoria de Cristo transmitida através dos séculos. Escolhi a mandala pelo seu significado universal de integração e paz, usado no Oriente como forma de meditação.
O símbolo da mandala com o Cristo no centro foi usado no Ocidente numa pequena tela de Hieronymus Bosch, hoje pertencente ao Museu do Prado em Madrid. Ali o Cristo ilumina as pessoas para vencerem e superarem os sete pecados capitais.
O psicólogo Carl Jung usou a mandala como integração final do processo de individuação do ser humano.
A figura do Cristo ao centro nos faz relembrar o Cristo interno de cada um de nós e a centelha divina que a todos pertence. “O Reino dos Céus está dentro de vós” nos disse Jesus.
No Santuário da Serra da Piedade a lembrança do nosso Cristo interno está representada nessa pequena capela, onde os devotos acendem velas e, durante a época do Natal, armam presépios.
Tiramos fotos em frente ao painel, agradecendo nossa presença nesse santuário de paz e desejando a paz para todos os brasileiros e para todas as pessoas.
*Fotos de Maurício Andrés
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA
Em
relação aos dois painéis, Frei Rosário me trouxe indicações bíblicas que eu
deveria ler para me inspirar nos temas encomendados. Era importante ler textos
do Antigo e Novo Testamento, para uma informação histórica.
Mandala significa círculo em sânscrito. Universalmente a mandala é símbolo da integração e da harmonia. Significa também a concentração de energia, o universo, a procura da paz interior. A cor azul simboliza a sabedoria de Cristo transmitida através dos séculos. Escolhi a mandala pelo seu significado universal de integração e paz, usado no Oriente como forma de meditação.
O símbolo da mandala com o Cristo no centro foi usado no Ocidente numa pequena tela de Hieronymus Bosch, hoje pertencente ao Museu do Prado em Madrid. Ali o Cristo ilumina as pessoas para vencerem e superarem os sete pecados capitais.
O psicólogo Carl Jung usou a mandala como integração final do processo de individuação do ser humano.
A figura do Cristo ao centro nos faz relembrar o Cristo interno de cada um de nós e a centelha divina que a todos pertence. “O Reino dos Céus está dentro de vós” nos disse Jesus.
No Santuário da Serra da Piedade a lembrança do nosso Cristo interno está representada nessa pequena capela, onde os devotos acendem velas e, durante a época do Natal, armam presépios.
Tiramos fotos em frente ao painel, agradecendo nossa presença nesse santuário de paz e desejando a paz para todos os brasileiros e para todas as pessoas.
*Fotos de Maurício Andrés
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
TAPEÇARIAS E MURAIS
“As luas, os mastros,
os mistérios,
As velas que pretendem
voar!
E, no entanto,
prendê-las à terra.
Amarrá-las ao concreto
e limitado da lã.
O desenho não nasceu
somente para ser tapete.
Houve que
surpreendê-lo, mostrando-lhe possibilidades ocultas.
E nisto, a busca
apaixonada da verdade de cada forma, de cada cor, de cada desejo.
Percorremos, meses a
fio, a larga estrada
Que nos levou da
ambição do que nos propusemos,
Ao que, realmente
conseguimos.
Dar ao desenho de Maria
Helena Andrés,
Outra fase,
Numa outra matéria.”
(Maria Ângela Almeida Magalhães)
Maria Ângela foi minha
parceira nas tapeçarias durante vários anos nas décadas de 60 e 70.
Transcrevo abaixo um
texto que escrevi em 1969, sobre tapeçarias e murais:
“Quando em agosto deste
ano realizei na Galeria do Copacabana Palace uma exposição de pinturas da fase
interplanetária, outra série de meus trabalhos já se elaborava no Rio, numa rua
de Botafogo, entregue a uma equipe de artesãs. Ao mesmo tempo em que eu pintava
e expunha a série de astronautas, outras mãos trabalhavam em meus tapetes.
Os 12 tapetes serão
expostos em Belo Horizonte em 6 de outubro, na Galeria Guignard. Há dois anos
projetei uma série de pequenos estudos sobre os barqueiros do São Francisco,
tendo como finalidade a execução de um mural. No entanto, não tendo podido
realizar o trabalho, guardei os estudos em meus arquivos, para algum tempo mais
tarde entregá-los ao Artesanato da Providência, dirigido por Maria Ângela
Magalhães e Gilda Carneiro. Seria a oportunidade de ver realizado o que eu
planejara para o mural, mas que não pudera executar.
Encontrei nesse artesanato
a possibilidade de dar sequência ao meu estilo de arte, contribuindo até para
maior enriquecimento com os recursos próprios da tapeçaria. Nuances e
transparências não precisavam ser suprimidas e poderiam ser sugeridas com lãs
de vários matizes e a mistura de materiais novos. Acompanhei o trabalho vindo
ao Rio todos os meses, mas deixando à orientadora de meus estudos, Maria
Ângela, a iniciativa de criar pontos e inventar recursos novos dentro do
metier. A pintura individualista, criada e executada por uma só pessoa, vem
sendo substituída nestes últimos tempos pelas equipes de arte com um
responsável e vários colaboradores. É necessário, no entanto, que essas equipes
sejam bem entrosadas, que haja a adequação perfeita das mãos que executam com
aquelas que criam o projeto. Dentro deste esquema a criatividade é distribuída
e reforçada para que se possa fazer alguma coisa de maior vulto, com a responsabilidade
dividida entre vários.
Meus cartões são
desenhados em pastel sobre papel veludo, permitindo desde o início imaginar o
efeito a ser conseguido no aveludado das lãs.
Orientadas por Maria
Ângela, as artesãs transformam o projeto em tapeçaria.
A tapeçaria e a pintura
mural têm raízes comuns. Ambas exigem certa monumentalidade, a captação de um
conjunto global, concentrado em determinado espaço. Portanto, quanto maior e
mais muralística, mais apta estará a tapeçaria para preencher a finalidade à
qual se destina, que não é simplesmente decorativa, mas visa a integração a
determinado conjunto arquitetônico. Daí a razão para considerar os projetos de
mural mais adequados para tapeçaria do que os estudos para um quadro. O mural
exige um pouco de reflexão, o exame detalhado de cada espaço, de cada forma. A
espontaneidade tem de ser corrigida e orientada pela inteligência. A monumentalidade
exigida pelo mural não é a simples ampliação de figuras ou cenas, mas a visão
global de determinada ideia, a síntese de um conjunto. A
tapeçaria pode ambicionar também a conquista desta monumentalidade. Isto porque
tapeçaria não é somente arte decorativa, mas deve expandir-se a campos mais
amplos.
Pretendo conduzir meus
tapetes ao mesmo destino do mural. Acho que é um caminho sério, os recursos são
grandes, possibilitando maior enriquecimento daquilo que imaginei um dia num
simples cartão colorido.
*Fotos de Maurício
Andrés e de arquivo
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO
BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
ANIVERSÁRIO DE JOAQUIM PEDRO E LUIZA
Esta carta foi escrita para um livro que minha neta
Alice organizou sobre seu irmão Joaquim Pedro, por ocasião do aniversário dele
e de sua filha Luiza.
“Joaquim Pedro
A sua chegada a este planeta foi um sucesso na
família. Você foi o primeiro neto e chegou a conhecer o seu avô Luiz, que o
punha no colo com o maior carinho.
Quando a vida levou seu avô para outras dimensões,
embarcamos para a Índia, onde seu pai trabalharia por um ano, na cidade de
Bangalore, sudoeste indiano.
Tive a oportunidade de viajar junto e conviver de
perto com você. Passeávamos juntos pelos parques e praças da cidade e eu pude
ver o meu neto, loirinho, fazer amizades com outros meninos, como uma única
família.
Aquela viagem trouxe para você um conhecimento do
mundo muito importante e deixou lembranças nas pessoas que tiveram a
oportunidade de conhecê-lo.
Joaquim, você fez sucesso no Hotel Harsha, em
Bangalore. Há alguns anos atrás, encontrei um dos garçons do hotel que já
trabalhava noutro lugar. “Onde está aquele menino loirinho que corria pelo
restaurante? Temos um retrato dele em casa. Quero mostrar para vocês.” Só sei
que, por causa daquele loirinho, fomos convidadas para um jantar em casa do
garçon.
Você também foi o personagem de um livro escrito por
sua mãe e ilustrado por mim. O livro “Pepedro nos caminhos da Índia” circula
por outros espaços, contando para as crianças brasileiras a história de um
garoto que saiu do Brasil para viajar pela Índia com a família.
A Índia continua a ser inspiração para todos nós.
Recentemente, quando viajamos juntos para rever os
lugares por onde passamos, você me ajudava a cantar mantras dentro da van que
nos conduzia por estradas poeirentas, palácios de marajás, passeios em cima de
elefantes. Você me acompanhou de perto e me ajudou a entrar no rio Ganges, para
colocar meu barquinho com flores.
Quando regressamos ao Brasil, você prolongou a
viagem por mais uns dias, para visitar Kachempure, a cidade onde o seu pai fez
um trabalho comparativo Brasil-Índia na década de 70. Visitou a escola da cidade
e presenteou as crianças com uma biblioteca de livros infantis.
Hoje, sua filha Luiza, continua a ser o sucesso na
família, uma criança linda, cercada de carinho.
Assim é a vida: filhos, netos e bisnetos nos contam
histórias e nos trazem alegria.
Um grande abraço,
Vó Helena”
*Fotos de Maurício Andrés
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”,
CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
Assinar:
Postagens (Atom)