Cantor, violonista, flautista,
compositor e arranjador, o músico Alexandre Andrés vem sendo reconhecido como
um dos artistas mais promissores da nova geração em Minas Gerais. Alexandre
Andrés vem desenvolvendo um trabalho criativo intenso, tanto na música
instrumental quanto no terreno das canções, feitas em parceria com o letrista
mineiro Bernardo Maranhão e registradas nos dois primeiros CD de Alexandre,
“Agualuz” (2009) e Macaxeira Fields (2012). Para esse show no Teatro SESC
Palladium, Alexandre lançou seu terceiro álbum autoral, intitulado "Olhe
bem as montanhas" que contará com um repertório que mescla canções e obras
instrumentais. O CD foi gravado em dezembro de 2013, contando com a
participação, além de Alexandre, dos músicos Rafael Martini, Trigo Santana e
Adriano Goyatá e do renomado engenheiro de som, Chico Neves.
Quando Alexandre nasceu, eu me
encontrava na Índia, com um pequeno grupo de brasileiros. Havíamos visitado o
ashram de Ramana Maharishi, situado no sul da Índia, junto à montanha de
Arunachala. Arunachala é considerada montanha sagrada, onde o deus Shiva
apareceu em forma de uma coluna de luz. Há cânticos devocionais em torno desta
montanha, as pessoas vêm de longe para reverenciá-la. Na despedida do ashram
viemos cantando Arunachala Shiva Shiva, até que ela sumisse na curva da
estrada. Foi quando me surpreendi cantando “Alexandre, Shiva, Shiva”.
Meu neto, Alexandre Andrés, naquele
momento, nascia no Brasil. Hoje, este mesmo neto já tem 23 anos, é um músico
conhecido no Brasil e no exterior, já percorreu o mundo, já esteve em Nova
York, produziu vários Cds e o último, Macaxeira Fields, conquistou recentemente
o prêmio de melhor música brasileira, concedido por um grupo de críticos e
jornalistas do Japão.
O CD Macaxeira Fields foi editado no
Japão e este próximo, que está sendo lançado em Belo Horizonte, também seguirá
para o Japão.
No momento, Alexandre está prestando
homenagem às nossas montanhas. “Olhe bem as montanhas” foi o título escolhido
por Alexandre para este novo CD. Lembro-me de Manfredo Souza Neto e seus
adesivos que, colocados nos carros, percorriam a cidade. Agora a música de
Alexandre homenageia as montanhas.
A música, de todas as artes, é a que
mais toca a sensibilidade das pessoas. Através da música, penetramos na
floresta Amazônica, sentimos a unidade do planeta, tomamos consciência de que
estamos morando num lugar privilegiado, cercado de montanhas. Alexandre e sua
equipe de jovens artistas está tocando para as montanhas, para que elas sejam
consideradas sagradas como a montanha de Arunachala, na Índia, e não como uma
fonte de lucros materiais.
Que a música abra a nossa consciência
para esta ligação que temos com a terra, com as águas, as montanhas e os céus
de Minas.
Lembro aqui as palavras de um grande
índio, o Chefe Seattle:
“Como
é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece
estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível
comprá-los?
Cada
pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro,
cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e
inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que
percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.”
“Olhe
bem as montanhas” vai percorrer o mundo com a sua mensagem de paz.
*Fotos de arquivo,
de Maria Helena Andrés e da internet
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