A Bienal Universitária
de Arte, organizada pela Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais e
Escola Guignard, tendo como curadores o s professores Fabrício Fernandino,
Benedikt Wierz e Marília Andrés Ribeiro, apresentou, durante o mês de novembro
de 2012, no grande Espaço 104, na Praça da Estação em Belo Horizonte, uma
mostra coletiva de trabalhos com a participação de estudantes universitários de
diversos pontos do Brasil e da América Latina.
Visitamos a exposição
num dia de chuva, penetramos devagarinho naquela catedral de arte, onde a nave
central era circundada por diversos nichos, com manifestações artísticas das
mais variadas tendências: fotografias, desenhos, pinturas, esculturas,
cerâmicas, instalações e performances.
A arte contemporânea
permite a apreciação de uma multiplicidade de tendências, linguagens e
expressões artísticas. Não existe um conceito político ou religioso a ser
defendido, apenas o direito de criar com liberdade e colocar para o público
alguma experiência escondida nos subterrâneos da memória.
Procuramos nos
aproximar dos artistas residentes, que vieram do Brasil e da Argentina, e ali
estavam reunidos. Fomos colhendo depoimentos sobre os seus trabalhos.
Bruno Oliveira, que
veio de Curitiba, nos dizia: “Trabalho com esculturas moles, de tecido, a
partir das quais proponho uma reflexão sobre o espaço e o exercício de expor. O
trabalho é norteado pelo pensamento sobre a relação entre a obra, o espaço e o
público”.
Paul Setubal, que
estuda na Universidade de Goiânia, fez o seguinte depoimento: “É uma série de
trabalhos que evoca questões políticas e sociais da vida contemporânea através
da história do Ciclo do Ouro em Minas Gerias. Criei uma série de “ouros falsos”
e apliquei um golpe com marreta nas peças, simbolizando toda a violência
daquele período e de hoje”.
Victoria Ruiz Diaz,
pertencente à Universidad Del Litoral, na Argentina, construiu um livro de
artista da série “De otros mundos” a partir de
desenhos de lâminas científicas e de mundos inventados. “Animais e
plantas da fauna e flora do Brasil se
transformam em seres híbridos para criar um outro mundo que é plasmado num
livro de pequeno formato”.
Leonardo Gauna,
estudante da Universidad de La Plata, criou o projeto “Ventanas”, que são
desenhos sobre os vidros das janelas. “O projeto busca resignificar o espaço
cotidiano, urbano e arquitetônico, com as ilustrações”.
Ana Clara D’Amico,
também da Universidad de La Plata, inventou o projeto “Sabrosa Diversidad”, que
consta de uma instalação feita com moldes de pequenas esculturas criadas a
partir das impressões bucais das línguas das pessoas de Belo Horizonte e da
Argentina. “O trabalho tem a intenção de refletir sobre a identidade sexual e a
anomalia que se apresenta como resultado de uma construção social. Ele se
refere também à comunicação e à dificuldade de expressão, gerando uma mescla de
culturas, sexos, idiomas, desejos e gêneros, numa eterna construção”.
Naquele espaço de
criação que se transformou o Espaço 104, durante a Bienal Universitária, os
estudantes criaram suas obras, experimentaram o entorno, trocaram experiências,
colheram impressões e dialogaram com os colegas, os curadores e o público
visitante. Foi uma oportunidade de
trabalharem a criação e a exposição da obra durante o evento. A Bienal
Universitária, por seu caráter inovador na formação dos estudantes, tornou-se
um marco na extensão universitária brasileira.
*Fotos de Marília
Andrés
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