“Em 1941, Beuys com 20 anos, toma conhecimento da obra de Rudolf Steiner, tendo freqüentado os grupos de antropósofos
A guerra representou, certamente, na sua vida um elemento central.
No Inverno de 1943, como telegrafista num bombardeiro de combate, teve um acidente. O avião depois de atingido pelos canhões antiaéreos de uma base russa, despenha-se na Crimeia durante uma tempestade de neve. Beuys é o único sobrevivente. Está gravemente ferido. Uma fratura craniana, costelas, pernas e braços partidos.
Quando está à beira de morrer, um grupo de tártaros nômades, que transitavam por esse lugar, acolhem-no. Cobrem-no primeiro de gordura e aconchegam-no depois com panos de flanela. E, num ambiente mágico, os "chamanes" da pequena tribo de nômades curam-no milagrosamente. Beuys vivencia essa presença "chamânica" como algo de exemplar e significativo para a sua vida e obra. Daí a importância constante da gordura e do feltro, materiais com os quais os "chamanes" o envolveram para o curarem das queimaduras e traumatismos sofridos com o acidente. Daí a constante atitude de profundo respeito pela natureza e pela espiritualidade cósmica.
A relação com a tribo nômade quase o leva a optar por ficar para sempre nesse grupo de tártaros. Porém, para Beuys, a ligação à natureza não é chamânica. É uma espiritualização do futuro, como na antroposofia que subjaz à sua formação. A pesquisa espiritual de Beuys não procura no passado. Integra o passado espiritual num projeto de futuro. Uma espiritualidade consciente e não atávica; não adquirida, mas construída... Ultrapassar o irracional e o racional, através de uma procura em que o "oculto" se torna "manifesto".
A artisticidade de Beuys é o quotidiano, acessível a toda a gente, processo contínuo, obra aberta para todos os imaginários que na participação, no debate e na ação solidária vão criando mudança de vida.”
*Fotos da internet
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