segunda-feira, 18 de julho de 2011

TRÊS ARTISTAS, TRÊS PROPOSTAS

Até os anos 70 os artistas sonhavam com a possibilidade de mudar o mundo, de criar uma arte social e lutavam pela liberdade total de expressão. Nos anos 80, após a queda do muro de Berlim e dos socialismos de um modo geral, os artistas passaram a atuar dentro de um contexto maior da arte, propondo uma política que está inserida no cotidiano da vida urbana, das comunidades e da família.
Na 29ª  Bienal de São Paulo, resgataram-se artistas brasileiros que atuaram nos anos 60, como também novos artistas, representantes do momento em que vivemos. O fluxo energético do passado se estende ao presente e se projeta no futuro. A arte continua sendo um radar da sociedade, forma espontânea de abertura de consciência.
Tomei como exemplo duas artistas que participaram da 29ª  Bienal de São Paulo, Marilá Dardot e Rosângela Rennó.
Marilá criou uma instalação, uma verdadeira epopéia do livro, homenageando escritores, poetas, artistas e intelectuais que contribuíram para seu crescimento. Ali, cada espectador participante foi convidado a entrar por labirintos e penetrar no universo da leitura. A instalação foi uma homenagem ao livro, à leitura, no momento em que o livro tradicional está se transformando em e-books, blogs, sites, etc.

Rosângela Rennó nos mostrou em sua instalação a história da fotografia, apropriando-se de fotos antigas e de câmeras fotográficas. Os objetos ali expostos mais tarde foram leiloados e inseridos no mercado de arte fora da Bienal.
Essas duas artistas proporcionaram questionamentos sobre a situação da arte atual, do livro e do mercado de arte. A transversalidade da arte contemporânea viaja pelo passado para se projetar no futuro.
Relembrando as primeiras instalações ocorridas nos anos 60, a editora C/Arte, sempre atenta aos movimentos atuais da arte contemporânea brasileira, publica no momento o livro de Terezinha Soares que, na década de 1960, lutou pela libertação da mulher, quebrando corajosamente os tabus sexuais da época. Seu livro não é uma denúncia política, mas do comportamento humano, numa sociedade repressiva. Sua denúncia é também ambiental e questiona a insensibilidade dos seres humanos em relação à natureza.

*Fotos do arquivo de Terezinha Soares e fotos da internet de Marilá Dardot

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