quinta-feira, 30 de maio de 2024

A PRISÃO DE BACH


 


No espetáculo cênico- musical, “A Prisão de Bach”, apresentado no Teatro da Biblioteca Pública em Belo Horizonte, o público se manifestou  com aplausos, resposta a uma experiência nova – juntar música barroca e teatro de forma harmoniosa.

André Salles Coelho, diretor e regente da Orquestra 415, pesquisou a vida de Bach e encontrou o episódio da prisão do grande compositor.

Bach compôs mais de 200 cantatas e André selecionou trechos dessas cantatas para criar um roteiro cênico, colocando um diálogo entre Bach e um prisioneiro comum. Na cena, Bach só responde ao prisioneiro com frases retiradas de suas cantatas. O prisioneiro, envolto em mantas, dialoga com Bach, tentam uma fuga, e no final se tornam amigos. No espetáculo, Marco Túlio Zerlotini faz o papel do Bach e Gustavo Marquezini o papel do prisioneiro. A direção cênica é de Luciano Luppi.

A parte cênica é entremeada com trechos de suas cantatas. Ali vemos um belo coral com cantores vestindo roupas de monges, circundados pela Orquestra 415.

“A Orquestra 415 de Música Antiga foi criada em 2012 com o objetivo de oferecer ao público um espetáculo único: executar as obras dos grandes gênios barrocos da maneira como eles imaginaram e o público da época ouviu. Iniciativa pioneira em Minas Gerais, a Orquestra 415 de Música Antiga tem como diferencial a utilização de instrumentos como o traverso, a viola da gamba, o violino barroco, a flauta doce, o violoncelo barroco, a guitarra barroca, o alaúde e a espineta, todos réplicas dos instrumentos utilizados nessa época. Essa particularidade e o requinte na interpretação das músicas recriam uma sonoridade única, muito próxima àquelas que as pessoas da época ouviam. Em suas apresentações, a Orquestra recria uma oportunidade bastante peculiar: ouvir uma obra barroca de um grande compositor do período, tocada por instrumentos para os quais as músicas foram compostas. Provocando, assim, uma experiência única e rara, como uma viagem no tempo através de um espetáculo singular, agradável e transcendente” (depoimento de André Salles Coelho)

O teatro, aliado à música, torna-se um espetáculo vivo e extremamente rico. A fusão de duas formas de arte foi nos desvendando a harmonia que existe na natureza e na arte.

Fotos de Gustavo Txai

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quinta-feira, 7 de março de 2024

HELIO OITICICA NO CCBB

 



Ontem fomos visitar a exposição de Hélio Oiticica-delirium ambulatorium,  no CCBB de Belo Horizonte, que teve a curadoria de Moacir dos Anjos.

Era o último dia da exposição e eu não poderia perder a chance de visita-la.

Hélio e Lígia Clark foram pioneiros da arte contemporânea no Brasil.  Uma arte que ultrapassa os limites de todas as experiências anteriores. Abriram as portas da arte para um espaço mais amplo e proporcionaram aos artistas novas experiências.

Os artistas atuais muito devem a esses dois aventureiros. Gosto de ver a arte expandida e suas aventuras.

A exposição ocupou todo o espaço do terceiro andar, apresentando as diversas experiências de Hélio Oiticica com os Metaesquemas, realizados na década de 1950;  os Bilaterais,  Relevos espaciais, Núcleos, Penetráveis e Bólides, dos anos de 1960 e, ainda,  as Capas e Parangolés, bem como os projetos Cães de Caça e Magic Squares, concebidos na década de 1970.

Começamos pelos primeiros quadros pequenos, dentro do concretismo proposto na época. São figuras geométricas dispostas em forma construtiva.

O concretismo propunha rigor e pode-se observar a necessidade que Hélio Oiticica tinha de transpor limites, direcionando-se para as propostas relacionais do neoconcretismo que incluíam o expectador/participante na obra de arte.

Vieram buscas no campo da construção e aí pode-se ver um desejo do artista de construir pirâmides ancestrais. São maquetes de esculturas de palácios e de construções.

As possibilidades se ampliaram e foi possível à imaginação navegar de forma mais livre.

Daí surgiram castelos e labirintos, onde o espectador interage com a obra e se sente livre para descobrir novos caminhos.

Hélio Oiticica promoveu caminhos novos, como o espírito dos navegantes do passado. Ele descobriu novos processos e experiências no campo estendido da arte, dialogando com o samba, o carnaval, as performances, as ruas e a arquitetura urbana.

Sua arte investiga a cidade do Rio de Janeiro onde morou. Da pobreza das favelas aos coloridos Parangolés, tudo respira o novo, o olhar atento para o futuro.

Foi um artista importante durante o seu percurso no nosso planeta e nos projetou para o futuro.

Aprendi muito com Hélio Oiticica.

 

FOTOS DE ARQUIVO

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