Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
segunda-feira, 18 de março de 2013
ARTE E EDUCAÇÃO I
Para considerarmos a arte como a grande construtora da paz no mundo,
teremos de estudá-la sob o ponto de vista de seus valores educativos.
Herbert Read mostra-nos a influência do meio sobre o desenvolvimento da
consciência do ser humano. Isso nos indicaria também a necessidade da arte na
educação para despertar essa consciência. Uma educação que visa apenas ao
acúmulo de conhecimentos ou à repetição de fórmulas do passado seria uma
educação fragmentada. Não atingiria o desenvolvimento da criança sob todos os
seus múltiplos aspectos. O acúmulo de conhecimentos teóricos, não vivenciados,
permite apenas uma visão parcial. Para haver compreensão total, é necessário
viver o aprendizado e percebê-lo de forma global. O papel de educador assume um
caráter de constante humildade diante do novo que desperta. A criança tem sua
própria individualidade e não pode ser moldada de acordo com normas. Desta
forma, o desenvolvimento da consciência, feito com o auxílio da arte torna-se
um processo natural de crescimento. O conhecimento do corpo nos faz conscientes
de nossa realidade mais profunda. Sentimos que estamos unidos a tudo o que
existe, percebemos o nosso relacionamento com os animais, as pessoas e a
natureza. O corpo é o primeiro instrumento de conscientização. O movimento do
corpo traria como conseqüência o movimento das mãos, que funcionam como
intermediárias entre a mente, o físico e as emoções.
Na educação pela arte, as mãos ocupam um lugar de grande importância,
pois permitem o extravasamento imediato dos símbolos do inconsciente, aflorados
através de formas, cores e sinais gráficos. As projeções da criança, seus
primeiros contatos com a família e a sociedade são revelados em sua arte. A
criança não consegue se esconder em seus desenhos. Mostra-se totalmente,
deixando-se expandir sem reservas; seja no desenho, na pintura, na modelagem ou
na construção espacial, a criança está diretamente revelando o seu mundo. Todas
as atividades não verbais estão em contato direto com as emoções, os
sentimentos e o intelecto, o que permite trazer à tona alguma coisa daquilo que
a palavra não pode atingir.
A educação pela arte desperta na criança, no adolescente e no adulto
aquilo que ele tem de positivo e com isso contribui para o seu equilíbrio como
pessoa humana.
*Fotos de Luiz Cruz
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